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Cinco perguntas para um piloto de balão: “tem que ter disposição”

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Cinco perguntas para um piloto de balão: “tem que ter disposição”

O voo sai impreterivelmente às 6 horas da manhã. É o horário que as condições climáticas são mais favoráveis. Se a oportunidade for perdida, a espera será de, no mínimo, 24 horas. E muitas oportunidades acabam perdidas por atrasos dos passageiros. É por isso que o piloto Alisson Pedro de Mello, 36, é enfático ao afirmar: “para voar de balão, tem que ter disposição”.

Alisson se apaixonou pelas aeronaves não dirigíveis aos 12 anos, quando viu uma delas de perto, em um show realizado em Rondonópolis (215 km de Cuiabá), cidade onde vivia. O primeiro equipamento, ele comprou em 2009. Só conseguiu usar cinco anos depois, quando sua empresa surgiu.

Hoje piloto, ele cobra R$ 450 por passageiro adulto. No cesto de balão, até oito pessoas podem ser transportadas e os passeios têm uma hora de duração, com direito a brinde de espumante no final. “Uma tradição mundial em comemoração ao pouso”, ele explica.

A próxima decolagem acontece em setembro, em Jaciara (145 km de Cuiabá). As vagas já estão todas preenchidas, mas novas oportunidades podem ser conferidas no Instagram ou Facebook da Voe Alto Balonismo.

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  1. Já teve gente que pagou e, na hora do voo, desistiu por medo?

Nunca tive essafds desistência. Já teve pessoas que ficaram com medo na hora que viram o balão, mas conversamos bastante com essas pessoas e, no final, elas sempre fazem o voo. Por outro lado, sempre tem casos de agendarem e não comparecerem no local de voo. Às vezes por atraso, a pessoa não consegue chegar no horário, por ser muito cedo, ou desistência mesmo. Para voar de balão tem que ter disposição.

  1. Você já passou alguma situação complicada com pessoas que ficaram com medo depois que o balão já estava no ar? O que fazer nesses casos?

Sim. Já tive um caso de uma moça ficar com medo na decolagem, mas conversando com ela e mostrando a segurança e tranquilidade do voo, ela foi se acalmando e curtindo.

Mas caso aconteça um caso extremo, a prioridade é pousar o mais rápido possível para a pessoas sair do cesto. Ela vai seguindo o voo em solo, no carro, com a equipe de apoio e nós continuamos o voo com o restante do grupo.

  1. Como se dirige um balão? Dá para guiar o caminho que o cliente quer fazer?

O balão é uma aeronave não dirigível. Nós voamos ao sabor dos ventos. Temos controle da aeronave de subida e descida e o vento que nos leva em uma direção. O que podemos fazer é procurar camadas diferente de ventos que se cruzam a cada altitude, daí achamos uma melhor para o voo. Sempre decolamos de um ponto, mas nunca sabemos onde iremos pousar. Temos apenas uma rota específica, mas não o local de pouso.

  1. As condições climáticas, então, podem atrapalhar o passeio?!

Sempre dependemos das condições climáticas favoráveis para o voo de balão com segurança. Quando a um voo está agendado, monitoramos diariamente a previsão do tempo para aquele dia. No dia anterior, às 18h30, quando sai a última atualização climática nos sites de meteorologia, informamos aos passageiros se o voo está confirmado ou cancelado. Também podemos cancelar no momento da decolagem, se as condições não forem viáveis.

E os voos só acontecem na primeira hora do dia, às 6h da manhã. Após o pouso, só no dia seguinte, por causa das condições climáticas. É assim no mundo inteiro.

  1. Qual o local mais bonito de MT que você já sobrevoou?

Os locais mais bonitos são Jaciara e Chapada dos Guimarães. Jaciara por sua região de campos e cachoeiras. Chapada por sua topografia, mas que também inviabiliza técnica e financeiramente o voo.

O voo em Chapada é lindo, mas sai muito caro. Decolamos de um ponto da cidade ou próximo dela e os ventos nos levam para a parte baixa dos paredões, sentido Coxipó do Ouro ou Pedra 90. Por isso, dois carros sobem para Chapada de madrugada para a decolagem e depois descem para Cuiabá para nos “procurar” na parte baixa. Assim que recolhemos tudo, temos que retornar com dois carros para Chapada, para o ponto de decolagem com os passageiros. Depois disso, retornamos a Cuiabá com a equipe.

Assim, com um voo simples na Chapada, cada carro percorre uma média de 300 km. E toda essa operação começa saindo de casa às 2 horas da manhã e retornando, no mínimo, às 14h. Sem falar da probabilidade de cancelamento de voo no momento da decolagem. Chapada esse risco é muito grande por causa das intempéries climáticas.

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