5 perguntas para

Cinco Perguntas para Bernardinho: “é hora de renovar, na política e no esporte”

5 minutos de leitura
Cinco Perguntas para Bernardinho: “é hora de renovar, na política e no esporte”
Foto: Victor Cabral / O Livre

Embaixador do partido Novo e ex-treinador das seleções brasileira feminina e masculina de vôlei, Bernardo Rocha de Rezende, o Bernadinho, 59 anos, afirma que pessoas despreparadas estão se candidatando a cargos políticos – seja na gestão pública, seja no esporte.

Ele diz que, por não se sentir preparado, não entrou no pleito eleitoral deste ano. Contudo, Bernardinho não descarta a possibilidade de um dia disputar uma eleição.

O objetivo do embaixador do Novo, por ora, é divulgar as ideias do partido, que nasceu em 2011. Para isso o ex-treinador tem viajado pelo Brasil e, nessa quarta-feira (12), ele esteve em Cuiabá para realizar uma palestra para filiados da sigla e apoiadores.

Confira, em cinco perguntas respondidas com exclusividade para o LIVRE, o que o atleta e treinador multicampeão do vôlei pensa sobre política, sobre o atual estado do Brasil e também sobre as denúncias de corrupção na Confederação Brasileira de Vôlei.

1 – Seu nome foi cogitado para governador do Rio de Janeiro. Por que recuou e não lançou candidatura?

Bernardinho – As pessoas tinham essa ideia, do próprio partido Novo, pessoas que tinham uma certa admiração imaginavam que eu pudesse me candidatar a governador do Rio [de Janeiro]. Acho que as pessoas têm que ter a humildade e o bom senso de saber para o que elas estão preparadas, que tipo de trabalho elas têm condição de executar com excelência.

Vejo hoje muitas pessoas despreparadas ocupando cargos públicos e estamos na situação que estamos. Eu liderava uma boa equipe, mas acho que preciso de mais tempo de preparação. O meio político é um meio diferente do que estou habituado a atuar, apesar de existir política em tudo, até mesmo no esporte. Não descarto no futuro, mas vai mais um pouco de tempo.

2O candidato João Amoêdo está preparado para possivelmente ser presidente da República, ele teria articulação política necessária?

Bernardinho – É um cara que tem capacidade de gestão, tem princípios que me inspiram e vão inspirar muitas pessoas. Ele ganhando a eleição vai ter a força de 50 milhões de votos, algo dessa natureza.

Obviamente tem que ter bom-senso para negociar. Tem que saber quem nos colocou lá: foi a população. E se tem uma reunião, por que não transmitir para as pessoas, tem algo a esconder?

A população tem o direito de saber o que está sendo negociado. Isso iria inibir qualquer negociação que não seja republicana.

Temos que debater boas ideias, parar de falar de pessoas e falar de projetos. Ficam atacando um, atacando o outro e o jogo é esse: um jogo baixo. Quando você leva o João Amoêdo para um debate é um debate de propostas, de ideias, de algo realmente diferente.

3 – O que o partido tem de novo?

Bernardinho  O Novo é o único partido que não usa verba pública. Costumo dizer que o fundo partidário e eleitoral são mecanismos de perpetuação. É a forma que políticos tradicionais encontraram de se perpetuar como políticos. As pessoas falam do excesso de partidos, são 35 partidos. Quer terminar com isso? Termina com o tempo gratuito de televisão, que não é gratuito porque são os impostos dos cidadãos que pagam, e termina com o fundo eleitoral. Ou seja, meritocracia.

Somos apoiadores do Novo e pagamos R$ 29 por mês porque acreditamos e queremos apoiar.  E se os representantes do Novo não fizerem um bom trabalho, a gente para de doar e o partido acaba. O partido vive do apoio e suporte dos seus filiados.

Os outros partidos que vivem com o fundo partidário e eleitoral, independentemente do que estejam fazendo lá, independente dos seus eleitores estarem se sentido representados, vão continuar ganhando essa verba. E como tem grandes bancadas, que são tradicionais, recebem grandes verbas e com isso se perpetuam no poder, pois o dinheiro faz com que se tenha condições.

Outro ponto: nossos candidatos são ficha limpa. Aqueles que participam da gestão do partido e de diretórios não podem se candidatar, eles têm que sair. Se eles cometerem algum equívoco eles são desfiados. Por exemplo, se um senador que é presidente de partido é acusado de uma série de coisas, por ser presidente do partido, jamais vai se expulsar do partido.

Estamos aprimorando, mas as pessoas passam por um longo processo seletivo para ver se há alinhamento de ideias. Muito mais que o mensageiro é a mensagem, conhecer nossos princípios.

4 O vôlei é exemplo de que com boa gestão se chega ao sucesso?

Bernardinho – Eu diria que as equipes sim, a confederação não. Nós tivemos problemas, pessoas que não serviram ao vôlei, mas que se serviram do vôlei e isso é muito triste. As equipes masculinas e femininas são muito bem geridas, mas vivemos muitos problemas, infelizmente.

Descobrimos que os nossos políticos do vôlei também precisam mudar, é a hora de renovar. E renovar em todas as áreas, embora eu não esteja tão otimista que será uma renovação na política muito significativa, assim como na política do esporte.

5 Quais são os primeiros passos para melhorar a política do País?

Bernardinho – A maior crise é a da liderança, porque o líder é guardião de valores. Temos que pensar na pessoa que a gente considera um líder, que me inspira: ‘poxa, aquela pessoa é um líder’. Qual a principal característica, principal qualidade dela? É a integridade. A partir dai ela se comunica bem, tem capacidade de gestão.

Se você não pode confiar em mim eu não posso liderar. A confiança é acreditar na pessoa, pois não adianta eu entregar resultados bons fazendo coisas erradas.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes