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Cia Sinfônica: a empresa cuiabana de música que está encantando o mundo

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Cia Sinfônica: a empresa cuiabana de música que está encantando o mundo

Quatro irmãos que cresceram em meio à música. Assim poderia ser descrita a família de Eduardo, Fabrício, Priscila e Álvaro Carvalho, que, juntos, criaram a Cia Sinfônica, uma empresa cuiabana de música que tem encantado o mundo com talento e levado o nome de Mato Grosso junto a esse sucesso.

Os quatro construíram o reconhecimento da Cia Sinfônica juntos, por meio de 25 anos em que, como disse um dos irmãos, o maestro da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Mato Grosso Fabrício de Carvalho, eles não têm mais finais de semana, visto que estes são dedicados a levar alegria e emoção a eventos dos clientes.

Fabrício descreve o empreendimento como uma empresa de encantamento. Inclusive, eles buscam a inspiração em um dos lugares mais “mágicos” do mundo, a Disney. O irmão mais velho, Eduardo Carvalho, já participou de ao menos dois cursos no parque para trazer essa ideia de encantamento para Cuiabá.

“O que é esse encantamento? É a entrega, é o profissionalismo, é você não ver fio. Porque na Disney você vai e só vê magia. Tem uma coisa interessante, o cara que veste o pateta, antes dele entrar no parque, no backstage tem um espelho, ele é obrigado a colocar a máscara e se olhar, ou seja ‘agora sou o pateta’, sai e entra para o mundo mágico. É um pouco disso que a gente tenta colocar para os nossos clientes e prestar os nossos serviços, a partir do momento que a Cia Sinfônica está com você, ela está para resolver todos os seus problemas e te encantar. É até uma marquinha que a gente usa, muito mais do que música, ela é um encantamento”, disse Fabrício.

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A criação da Cia Sinfônica

Os pais dos quatro irmãos, um engenheiro e uma professora, sempre foram entusiastas da cultura, da música e da arte como um todo. O pai tinha vários instrumentos em casa – violão, flauta, bandolim, cavaquinho, pandeiro, reco-reco -, e a mãe gostava de trabalhar, como hobby, com recuperação de obras de arte de gesso e de madeira.

Com isso, os quatro irmãos, naturais de São Paulo, cresceram em meio à arte. Os pais e os três filhos mais velhos, Eduardo, Fabrício e Priscila, vieram para Cuiabá em 1984 – somente Álvaro nasceu em solo cuiabano -, no movimento migratório do Sul e do Sudeste para Mato Grosso, que estava começando a explodir no cenário nacional de produção.

O pai veio para construir silos para armazenamento de grãos, visto que Mato Grosso estava produzindo muito, mas não tinha onde armazenar. Ele se apaixonou pelo Estado e por tudo que ele oferecia e, considerando São Paulo saturado, resolveu aqui ficar.

Eduardo e Fabrício já estudavam música em São Paulo – Priscila ainda era muito pequena – e, em Cuiabá, seguiram com os estudos na Escola Preparatória de Instrumentistas da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Mato Grosso, da qual, hoje, Fabrício Carvalho é maestro.

Os quatro irmãos Eduardo, Fabrício, Priscila e Álvaro Carvalho

Quando maiores, já músicos experientes, eles começaram a ser procurados por noivas para tocar em casamentos. “Éramos jovens talentos, novos ainda, e Cuiabá não tinha esse tipo de oferta de produção. Nós começamos a fazer até por hobby, atendendo a amigos, e percebemos que tinha um campo, um mercado para isso”, contou Fabrício.

Aos poucos, os irmãos começaram a se profissionalizar na prestação de serviços musicais, tocando com pessoas já importantes do cenário mato-grossense, como o mestre China e Arlete, que já trabalhavam em eventos, principalmente casamentos.

“Começamos a fazer acompanhando eles e, à medida que íamos fazendo e ganhando experiência, começamos a criar a nossa própria marca, a Cia Sinfônica”, disse o maestro.

Priscila e Álvaro cresceram junto à Cia e, atualmente, cada um dos irmãos tem uma atuação dentro da empresa, além de, é claro, trabalharem nos eventos como músicos.

Atualmente, os irmãos também oferecem estruturas, como palco, som, luz, telas e lustres. Na música, são capazes de entregar ao cliente qualquer coisa que ele deseje, desde instrumentos, até uma banda baile. Inclusive, a empresa também é agenciadora de artistas para casamento, como a dupla Denner e Douglas.

Duplas sertanejas agenciadas pela Cia Sinfônica

“Se ele quiser uma orquestra chinesa, com instrumentos típicos da China, nós não temos hoje, mas pela nossa capacidade de resolver o problema, pela experiência que temos, pela nossa qualidade técnica, isso acontece com muita tranquilidade. Nos dê uma semana que a gente traz uma orquestra chinesa para você”, disse Fabrício, aos risos.

Com mais de 100 músicos direta, ou indiretamente, ligados à empresa, e uma forte relação de confiança com os clientes, a Cia Sinfônica hoje faz uma média de oito eventos semanais e está iniciando um processo de abertura de franquias em outras cidades, a primeira em Sinop (500 km de Cuiabá).

“Essa estrutura vem de 25 anos de história, de muito trabalho, costumo brincar que há 25 anos a gente não tem final de semana, porque a gente está sempre trabalhando, e que bom que é assim”, afirmou o maestro.

De Cuiabá para o mundo

Depois de disputar o mercado nacional e ter se apresentado em quase todos os estados brasileiros, a Cia Sinfônica queria e pôde alcançar voos mais altos, o mercado internacional. Ao todo, já são nove eventos no exterior.

Na maioria dos países, a equipe foi levada por brasileiros que faziam um Destination Wedding, mas em um evento no Japão, por exemplo, eles foram contratados por um casal de japoneses.

“Disputar o mercado nacional é uma coisa que nos enche de orgulho, agora disputar o mercado internacional, que é o momento que a gente está, é um momento que nos enche de alegria, orgulho e responsabilidade. Ou seja, estamos em franco voo, muito felizes pelo que está acontecendo e prontos para enfrentar os novos desafios”, disse Fabrício.

Esse crescimento faz com que analistas de mercado indiquem que a sede da Cia Sinfônica seja transferida para São Paulo, afirmando que eles “são um tubarão nadando em uma piscina”. Porém, segundo o maestro Fabrício Carvalho, deixar Mato Grosso não é uma opção.

“Mato Grosso exporta talento, exporta cases de sucesso e nós somos mais um. Certamente, daqui um tempo, nós teremos representações em São Paulo, no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, mas não é intenção da empresa mudar para lá, mas sim continuar representando Mato Grosso e tudo que ele tem a acrescer ao Brasil”.

Além de acreditar no Estado, ainda há a questão emocional, visto que a família dos quatro irmãos sócios e dos diretores estão aqui. Aliás, família é uma questão muito importante para a empresa, que tem uma forma peculiar de selecionar novos funcionários.

Claro, a questão técnica da música é cobrada, mas a Cia Sinfônica dá preferência a famílias de músicos que queiram entrar juntos na empresa.

“O nosso núcleo são os quatro irmãos e a minha mãe, que hoje, do céu, guarda a nós todos. A gente tem essa premissa da família sempre por perto, porque na falha, um acaba cobrindo as costas do outro e em evento isso é fundamental, às vezes está falhando alguma coisa, um corre e pensa como família, um cobre o outro em todos os sentidos, desde o técnico até o humano. Lá no evento, até o desligar da última luz está todo mundo conectado”, disse Fabrício.

 

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A mãe dos quatro sempre disse que enquanto eles estivessem juntos, estariam fortes. E essa foi uma das receitas para que a empresa de família se tornasse um grande negócio. Inclusive, um dos casamentos mais marcantes da história da Cia Sinfônica foi, para Fabrício, justamente um a 120 km de Paris, na França, em que os quatro irmãos tocaram juntos fora do Brasil pela primeira vez.

Para o maestro, um músico de casamento precisa, acima de tudo, ser um bom cidadão, um bom filho, um bom pai. Ele explicou que a ideia é que bons pais e ou filhos tem responsabilidade com a família, e, por isso, não perdem o horário, não deixam de ir a um evento por perder uma noite anterior, leva tudo muito a sério, porque tem alguém em casa que depende dele e com quem ele se importa em não decepcionar.

“Não pode ter falha, porque um evento como um casamento não dá para voltar, não existe ‘vamos gravar de novo’, a margem de erro tem que ser zero. Então na Cia Sinfônica a gente não abre mão desse contexto macro de um bom cidadão, pai, filho, esposo, marido. E na nossa casa sempre foi assim: ‘se for fazer, faça direito, senão nem faça’. E na música, na prestação de serviço, é exatamente isso, ou faz o melhor possível, ou então nem comece a fazer”.

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