O risco de rompimento das conquistas de regulação do mercado mundial alcançadas desde o final da Segunda Guerra, que tinham na OMC o seu principal foro balizador, é o que mais preocupa o professor de agronegócio do Insper, Marcos Jank, com o possível acordo entre os Estados Unidos e China.
“Precisamos descobrir se esse acordo é compatível com as regras multilaterais de comércio da OMC. Elas foram assinadas por todos os países. Como é que as duas maiores economias mundiais se propõem a selar um pacto bilateral que pode claramente prejudicar os demais países?”, questiona.
“Passamos da busca do livre-comércio para a guerra comercial. Agora estamos indo, depois desse acordo, para uma era de comércio administrado”, define.
Jank teme que para aumentar as exportações de produtos agrícolas dos EUA para a China de US$16 bilhões em 2019 para US$ 36,5 bilhões em 2020, e US$ 44,5 bilhões em 2021, seja necessário criar canais privilegiados de comércio que não respeitarão a livre concorrência que hoje reina no mercado mundial.
*Com informações da Abrapa