Partidos de centro vão ter o comando da maioria dos municípios em Mato Grosso nos próximos quatro anos. DEM e MDB, considerados os grupos mais fisiológicos no Congresso Nacional, conseguiram, juntos, 48 das 141 prefeituras no Estado.
Os Democratas triplicaram o número de municípios sob seu comando. Elegeram 25 candidatos a prefeito, impulsionados pela presença do governador Mauro Mendes no partido.
O MDB elegeu dois candidatos a menos e fechou as eleições com 23 cidades. Esse cenário já pode indicar como será a concorrência para o governo daqui dois anos.
Influência em 2022
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), continua com chances de permanecer no cargo, indo para segundo turno contra Abílio Junior (Podemos).
Hoje, governador e prefeito são inimigos ferrenhos, trocando acusações e pedidos judiciais para proibição de mencionar nomes. Uma briga que já dura desde 2019, após uma transição de gestão na prefeitura – Mauro Mendes deixou o cargo para Pinheiro -, em 2016, razoavelmente tranquila.
Caso Abílio seja eleito, o resultado deve aumentar a ambição do Podemos de ter um representante no comando de Mato Grosso, Estado do agronegócio.
O Podemos é um dos nanicos que surpreendeu na disputa das prefeituras neste ano. Conseguiu o comando de cinco e pode chegar a seis, a depender do segundo turno na Capital.
Já o MDB pode chegar a 24 e o confronto com o DEM em 2022 ficaria quase por igual, ao menos na matemática.
Os desempenho dos tradicionais
De volta aos partidos tradicionais, o PSB que vive uma crise com o eleitorado de Mato Grosso há alguns pleitos, conseguiu reverter parte da rejeição. Elegeu 13 candidatos a prefeito. Ficou distante do DEM e do MDB, mas aparece no terceiro lugar.
Outro partido em tempos de crise, o PSDB vai comandar 11 municípios a partir de 2021. Porém, continua em crise no maior colégio eleitoral de Mato Grosso. De três cadeiras que tem hoje na Câmara de Cuiabá, conseguiu manter apenas uma.
O PT conseguiu eleição em apenas um município, a pequena Castanheiras (779 km de Cuiabá), com pouco mais de oito mil habitantes.
Já o PSD do senador Carlos Fávaro – que deixou de ser interino ao vencer a disputa suplementar – elegeu 10 prefeitos, enquanto o PDT elegeu oito.
Nanicos
As demais prefeituras ficarão sob a gestão de partidos nanicos, que tiveram resultado expressivo nas eleições de domingo (15). Além do já mencionado Podemos, o Patriotas conseguiu eleição em quatro municípios.
Mas o destaque ficou com o Solidariedade e o PL que vão comandar oito prefeituras cada um.
A quantidade é superior à dos Republicanos (antigo PR), partido que já está há mais tempo no cenário político estadual, apesar de baixa representatividade. Desta vez, a agremiação vai ter cinco prefeituras.
O PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, também abocanhou quatro prefeituras. O PSC, na mesma linha de mais para a direita, elegeu dois prefeitos, mesmo número que o PTB – que está mais à esquerda – conseguiu.
Na lista dos que conquistaram apenas um município estão PRTB, Cidadania, PT e PPS.
Se incluídos na coloração partidária, os partidos pequenos que se destacaram estão mais para a direita do que para a esquerda.