Mato Grosso deve registrar casos diários da covid-19 até setembro deste ano. O número de pacientes ou pode crescer na casa de centenas ou pode quase dobrar em relação aos números deste mês.
Os fatores que determinarão essa variação não são novidades: a manutenção de medidas de proteção – máscara, álcool em gel, etc. – e a aceleração da vacinação em massa.
A projeção faz parte de uma nota técnica elaborada pelo Instituto de Saúde Coletiva, pelos departamentos de Geografia e de Matemática e pelo Laboratório de Geociências da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O estudo considera o desenvolvimento futuro da pandemia, com base nos dados do que foram registrados desde março de 2020, para os meses entre abril e setembro. Três cenários são apresentados.
No mais otimista, o total de casos oficiais compilados pelos órgãos de saúde chegaria a 9,8% da população ao fim de setembro. Isso equivaleria a cerca de 350 mil pacientes, ou seja, um aumento de quase 60 mil novos casos.
Até agora, contando os casos já registrados, o número de infectados corresponde a 8,21% dos 3,5 milhões de mato-grossenses.
500 mil pacientes
O cenário mais pessimista projeta um crescimento de casos para 14% da população em seis meses. Se confirmado, quase 500 mil pessoas terão contraído a covid-19 até setembro. Isso representaria aumento de 70% sobre os 294.974 registrados até esta quinta-feira (24) – número atualizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Conforme o estudo, nesse cenário a incidência continuaria aumentando até meados de abril até entrar em platô (muito elevado) em que o número de pacientes a cada 24 horas se manteria até a imunização da maioria da população.
“Tais projeções não consideram os efeitos das estratégias de vacinação, o que, em se concretizando, poderá reduzir as taxas de transmissão e mitigar os efeitos do crescimento do número de casos”, diz trecho da nota.
Caminho do meio
No cenário intermediário, o total de casos da covid-19 equivaleria a 11,7% da população infectada (420 mil mato-grossenses) até setembro. A partir de junho, a incidência desaceleraria com mais força e cresceria menos de um ponto percentual até setembro.
“Se verificaria uma estabilidade no número de novos casos dos próximos dias antes de uma redução lenta e gradual. Neste caso, ter-se-ia um crescimento de aproximadamente 50% no acumulado de casos nos próximos seis meses”, aponta.
O estudo conjunto é assinado pelos pesquisadores Lígia Regina de Oliveira, Moisés dos Santos Cecconello, Amanda Cristina de Souza Andrade, Emerson Soares dos Santos, Ana Paula Muraro e Ruan Carlos Ramos da Silva.