O juiz Rudson Marcos, responsável pelo julgamento do empresário acusado – e inocentado – de estuprar a digital influencer Mariana Ferrer, pediu que a Corregedoria Geral de Justiça de Santa Catarina arquive a reclamação disciplinar apresentada contra ele.
Na defesa, o juiz anexou o vídeo original do caso e apontou possíveis edições feitas pelo site The Intercept Brasil, que divulgou uma gravação em que Ferrer aparecer sendo humilhada pelo advogado de defesa do acusado.
O julgamento ganhou destaque nacional na imprensa porque a defesa alegou – e o juiz acatou o argumento – de “estupro culposo”, ou seja, quando não há intenção de cometer um crime. A tipificação, no entanto, não existe no Código Penal Brasileiro, por isso, a absolvição.
Em sua defesa junto à Corregedoria, o juiz afirmou que em nenhum momento da sentença foi mencionada a expressão “estupro culposo”.
Segundo o magistrado, o vídeo da audiência divulgado pelo The Intercept Brasil foi “altamente manipulado”. O juiz ainda afirma que o site apresentou apenas pequenos recortes de duas audiências que, somadas, teriam cerca de 300 minutos de duração.
Quanto a humilhação de Ferrer, o juiz disse que fez 37 intervenções durante as falas dos defensores públicos, do promotor e do advogado de defesa do réu André de Camargo Aranha.
Na defesa, o magistrado também anexou um parecer produzido pelo perito Wanderson Castilho, indicando que o vídeo teria sido “propositalmente” editado e manipulado diversas vezes.