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“Cápsula Vanessa” garante respiração sem entubação e protege profissionais da saúde

Equipamento de isolamento individual está sendo produzido em MT e pode auxiliar pacientes covid com falta de ar sem necessidade de sedação

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“Cápsula Vanessa” garante respiração sem entubação e protege profissionais da saúde
Demonstração de como a cápsula vanessa protege pacientes com covid-19 sem intubação (Foto: ilustrativa/ Grupo Samel)

Uma equipe de médicos e profissionais da saúde de Manaus (AM) está em Mato Grosso, para ensinar o protocolo de utilização da cápsula Vanessa. O equipamento inovador é utilizado em pacientes com covid-19 que precisam de oxigenação para conseguir respirar.

O médico Luis Alberto Saldanha Nicolau, presidente do Grupo Samel – que desenvolveu a cápsula – explica ao LIVRE, que o EPI é mais eficiente e menos invasivo do que a intubação.

“A capsula Vanessa é menos invasiva pois não precisa de intubação. Em Nova York (EUA), mais de 80% dos pacientes covid que foram entubados não sobreviveram”, destaca.

Para que funcione de forma eficiente, a cápsula precisa de um aparelho bipape – que é utilizado no tratamento em pessoas que possuem disfunções respiratórias do sono, como apneia central do sono ou apneia obstrutiva do sono grave. Este aparelho custa em média R$ 6 mil.

Como é utilizada a cápsula?

Dr. Luis explica que a cápsula de VNI (ventilação não invasiva) tem uma vantagem porque auxilia o paciente com uma respiração pelo nariz – e não por tubos enfiados pela boca  – e protege os profissionais da saúde que estão acompanhando o paciente.

O protocolo de utilização da cápsula também utiliza medicamentos como: anticoagulantes, azitromicina e ivermectina.

Equipamento está sendo fabricado em MT pelo sistema Fiemt (Foto: Assessoria/ Senai)

“Outra característica do equipamento é que tem salvado vidas de pacientes com todos os tipos de comorbidades possível, como câncer, diabetes, obesos entre outros”. Com a respiração por ventilação não invasiva, o mais grave sintoma que pacientes covid sentem – a falta de ar – é combatido.

Distribuição em MT

Uma parceria entre o Governo do Estado, por meio de articulação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), em conjunto com a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), já distribuiu 400 cápsulas no Estado.

A Samel também já doou 130 equipamentos para o Estado e mais 200 estão sendo produzidos pelo Senai.

O médico Luis explica que a utilização do aparelho bipap estava tendo muita resistência no começo, porque o ar que sai da máscara do equipamento é contaminado pelo coronavírus – no caso dos pacientes com covid.

Já a cápsula de isolamento individual reduz substancialmente este problema, porque ela possui um filtro que impede o ar contaminado expirado pelo paciente se espalhar pelo ambiente, e com isso, evita o aumento do contágio entre profissionais da saúde e demais pacientes da unidade de saúde que não estiverem com a doença.

Outra vantagem da cápsula, segundo explica Dr. Luis, é que o paciente fica o tempo todo consciente, e não precisa ser sedado para permanecer enquanto é tratado da covid.

ALMT engajada

O deputado Carlos Avalone (PSDB), que preside a comissão especial de monitoramento da pandemia na ALMT, disse que está acompanhando a produção das cápsulas em Mato Grosso, e destacou que vai verificar junto às unidades de saúde se todas estão em condições para utilizar o equipamento, principalmente, se possuem o aparelho bipape.

Deputado Carlos Avalone em visita ao Senai-VG, onde as cápsulas estão sendo produzidas (Foto: assessoria/ Senai)

O deputado Dr. João (MDB), que é médico e faz parte da comissão de saúde da ALMT, destacou durante sessão extraordinária desta quinta-feira (16), que alternativas para a intubação são importantes, porque, segundo ele, a cada 10 pacientes intubados, 8 não sobrevivem.

Por que Vanessa?

Dr. Luis explica que Vanessa é o nome da primeira paciente com covid-19 que precisou ser entubada. A partir das dificuldades sofridas pela paciente, a equipe de especialista do grupo resolveu desenvolver um equipamento que fosse menos invasivo – o que resultou na cápsula.

Para garantir que o EPI possa ser fabricado e distribuído para todo o país de forma célere, o Grupo Samel quebrou a patente, e disponibiliza ao público o projeto do equipamento para que seja fabricado ao custo médio de R$ 500;

A equipe de médicos e demais profissionais da saúde que acompanha o Dr. Luis também ministram o treinamento do protocolo de utilização da cápsula de forma gratuita.

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