Cidades

Cansada de trabalhar com os vivos, aposentada vira faxineira de túmulos

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Cansada de trabalhar com os vivos, aposentada vira faxineira de túmulos
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Os limpadores de túmulo abordam as pessoas que entram nos cemitérios de Cuiabá e tentam vender ali os serviços. Com baldes e panos de chão nas mãos, apresentam a tabela de preços que varia entre R$ 20 e R$ 200, conforme o tamanho do jazigo.

A concorrência está acirrada por causa da proximidade do Dia de Finados (2). Em outras datas comemorativas, como dia dos pais, mães e de alguns santos, a procura também estimula os trabalhadores temporários.

No meio deste grupo, está Sebastiana Campos, 70 anos. Ela tem a limpeza da casa dos mortos como profissão há 20 anos.

Sebastiana Campos limpa as pedras, dá polimento as placas e cuida das plantas no Cemitério da Piedade (Foto: Ednilson Aguiar / O Livre)

Na carteira de clientes, estão 35 fixos, que pagam pelo cuidado diário no Cemitério da Piedade, um dos mais tradicionais da capital mato-grossense. O restante das pessoas costuma aparecer nos feriados.

“Tem gente que tenta me roubar os clientes, mas eles já estão acostumados comigo e sempre me procuram”.

Segundo Sebastiana, a limpeza de túmulos surgiu na vida dela em um momento em que passava dificuldades. Estava desempregada e precisando muito de dinheiro.

“Eu falei com o antigo gerente, o senhor Lino. Disse que precisava de um serviço e não sabia onde procurar. Então, ele mandou eu começar a limpar os túmulos”.

Primeiro foram 2 e com o tempo, o número aumentou. Agora, ela tem o que fazer todos os dias.

Na época da estiagem, o trabalho é mais pesado porque tem muita poeira e todo dia é preciso passar pelo menos um pano.

Além da limpeza das pedras, pisos e estátuas, Sebastiana molha as flores e poli as placas.

“Nos dias normais, eu chego aqui por volta das 7h e 10h eu acabei tudo. Antes, eu era cozinheira. Tem gente que fala que eu tenho uma mão cheia e devia voltar para as panelas, mas eu digo que não quero mais trabalhar com os vivos”.

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