Eleições 2018

Candidatos trocam acusações e clima esquenta no debate da TVCA

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Candidatos trocam acusações e clima esquenta no debate da TVCA

O debate da TV Centro América (Globo), na noite desta terça-feira (2), foi recheado de alfinetadas e acusações entre os concorrentes ao governo de Mato Grosso. Com formato menos engessado que em anos anteriores e a presença de quatro dos cinco candidatos ao governo, Mauro Mendes (DEM), Moisés Franz (Psol), Pedro Taques (PSDB) e Wellington Fagundes (PR), o clima esquentou no último confronto do primeiro turno na TV. Em quase todas as perguntas, os candidatos aproveitaram as brechas para disparar uns contra os outros.

O principal alvo foi o líder nas pesquisas, Mauro Mendes. O governador Pedro Taques, por sua vez, foi isolado pelos adversários, e reclamou, em entrevista no final, que todos evitavam perguntar para ele. O tucano disputa com Wellington a vaga no segundo turno contra Mauro. Ambos se revezam na segunda posição nas pesquisas mais recentes.

Mauro Mendes na mira

Tanto Taques quanto Wellington destacaram o decreto que Mauro baixou suspendendo as progressões dos servidores, quando era prefeito de Cuiabá. “Nosso governo garantiu a RGA (revisão geral anual), diferente da gestão do Mauro em Cuiabá, que cortou a progressão de carreira”, disse o tucano, acrescentando que pagou todos os aumentos previstos em leis de carreira.

“Fiz decreto de contingenciamento em janeiro, mas revoguei em agosto. Pedro Taques está mal informado”, afirmou Mauro. Mais tarde, foi novamente alfinetado sobre o mesmo tema por Wellington, que prometeu valorizar os servidores públicos.

Ao questionar Moisés sobre os escândalos do governo atual, citando a grampolândia e o esquema na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) desmantelado pela Operação Rêmora, Mauro recebeu farpas como resposta. “Os três candidatos foram citados na delação de Silval”, lembrou o candidato do PSOL, que ainda acusou Mauro de ser responsável pela aposentadoria compulsória de dois juízes por corrupção.

Wellington e Moisés ainda lembraram de promessas não cumpridas por Mauro ao longo do mandato como prefeito de Cuiabá, como a conclusão do novo Pronto Socorro.

Mauro x Wellington

Mauro elegeu Wellington como alvo preferencial, e criticou o discurso do adversário, que vincula o próprio nome a diversas obras ao longo dos seis mandatos como deputado federal, em função dos recursos das emendas parlamentares. Ele disse que isso é duvidar da inteligência do povo. “Legislativo não entrega obras, mas faz leis e fiscaliza”, afirmou, tachando Wellington de político carreirista.

Em outro bloco, Mauro ironizou o discurso de Wellington. “Só falta dizer que Deus fez o mundo e ele trouxe as emendas parlamentares”, disparou. Em outra rodada, Wellington aproveitou para reagir. “Parlamentar não faz obra, claro que não faz, mas trabalhamos o orçamento”, rebateu.

Mauro observou que Wellington perdeu duas eleições para prefeito de Rondonópolis. No bloco seguinte, o candidato do PR devolveu a crítica, lembrando das derrotas de Mauro para a prefeitura da capital, em 2008, e ao governo, em 2010, e recomendando a ele que tivesse humildade. “A população foi muito sábia. Quis que eu fosse primeiro prefeito de Cuiabá e mais de 80% da população apoiou nosso mandato”, respondeu Mauro.

O ex-prefeito ainda comparou Wellington a Taques, por serem senadores no meio do mandato disputando o governo, sem experiência anterior no Poder Executivo. “Temos aqui um candidato que abandonou o cargo no meio do mandato e teve meu apoio e da maioria da população e nos decepcionou”, afirmou, alegando que Wellington repetirá a história de Taques.  “Nosso candidato tinha sido um bom senador, mas não tinha nenhuma experiência no Executivo. Nós o elegemos e está aí o resultado”, disse.

Mauro voltou a dizer que Wellington é réu no escândalo das sanguessugas, e o senador novamente negou. “Nós mostramos que eu não respondo a nenhum processo e Mauro insiste em continuar desobedecendo à Justiça. Vai pagar multas muito altas, mas talvez a questão financeira não seja problema pra ele”, disse.

Briga pelo segundo lugar

Em menor intensidade, Taques e Wellington também trocaram farpas. “A arrogância de alguns candidatos está começando a aparecer”, alfinetou o governador. Em uma das perguntas, Taques citou realizações do seu governo nas áreas de segurança e infraestrutura e questionou o adversário sobre o que ele achava do custo do quilômetro de asfalto ter caído em comparação com o governo anterior. Wellington respondeu criticando a falta de recursos na Segurança Pública.

“Veículos da polícia estão parando nas ruas por falta de pagamento do Estado. Os policiais estão há três anos sem receber uniforme. Não tem colete, muitos estão vencidos”, disse. Taques reagiu. “Melhoramos a segurança e Wellington não conseguiu responder por que o quilômetro de asfalto é mais barato hoje que na administração passada”, disparou.

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