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Campeonato Brasileiro de Boxe é esperança profissional para jovens atletas de Cuiabá

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Campeonato Brasileiro de Boxe é esperança profissional para jovens atletas de Cuiabá

Kaian Reis sonhou com esse dia desde pequeno. Atleta desde os 12, ele se espelha no astro cubano Guillermo Rigondeaux. Seus golpes certeiros são reflexos de uma superação meteórica. Um ano e oito quilos a mais o separam de 2017, período em que foi vice-campeão no mesmo Campeonato Brasileiro.

Mais velho, experiente e bem treinado, o jovem de 16 anos saltou de 52 kg para 60 kg, subiu de categoria e pôs seus pés nos estrados que marcam o primeiro lugar, na tarde deste sábado (11), na final da competição. O baiano, original de Camaçari, começa uma nova etapa em sua vida, estando na mira dos olheiros da Seleção Brasileira e a um passo de conquistar o tão almejado benefício da Bolsa Atleta.

[featured_paragraph]”Hoje o que fica é a sensação de dever cumprido, a certeza de que consegui superar minhas próprias expectativas e meus limites. E essa vitória tem um gosto muito especial, pois me coloca ainda mais perto da Seleção Brasileira, onde terei a oportunidade de participar de competições de renome ainda maior, até mesmo fora do país. Ser um boxeador é um sonho grandioso, que tem me acompanhado desde os 12 anos e é isso que eu quero ser para o resto da vida. E como todo lutador profissional, disputar os Jogos Olímpicos é onde eu realmente anseio chegar. E se tiver o apoio da Bolsa Atleta, estarei cada vez mais próximo da realidade de viver unicamente do esporte”, compartilhou o sorridente Kaian. [/featured_paragraph]

Ter o esporte como muito mais que um estilo de vida, mas sim uma fonte de renda constante, não é uma possibilidade inviável. Mesmo com todos os entraves que a prática profissional possa envolver no Brasil, o cenário tem ganhado novas formas, redefinindo a vida de muitos jovens que sonham com essa alternativa de vida. Para o secretário-adjunto de Esporte, Edilson Odilon, a Prefeitura de Cuiabá tem trabalhado estrategicamente nesse sentido, a fim de mudar o conceito de que o desporto não é uma opção de profissão. Incentivado desde a reinstalação do programa Bom de Bola, Bom de Escola, o município tem fomentado a realização de eventos que englobem as mais diversas modalidades esportivas, a fim de despertar tanto na população, como nas principais instituições nacionais vinculadas ao setor, uma nova perspectiva – mais madura e incentivadora da prática.

[featured_paragraph]”O Campeonato Brasileiro de Boxe é um dos maiores eventos do país e esta já é a terceira edição que Cuiabá sedia. Esse investimento permanece como uma constante do poder público, que enxerga a prática esportiva como muito mais que uma oportunidade de despertar o interesse popular das comunidades, mas sim um mecanismo impulsionador do investimento do esporte na Capital. Sei que temos talentos escondidos que muitas vezes não encontram o incentivo e as condições necessárias para dedicar-se à modalidade que amam. Começando na educação básica, o desporto já está sendo visto como não apenas um tipo de lazer despretensioso, mas sim como uma alternativa de um futuro promissor”, refletiu. [/featured_paragraph]

Futuro promissor é o que não faltou no campeonato. Entre disputas diversas, o evento – dividido em três classes: cadete (16-17), juvenil (17-18) e elite (19-40) – reuniu 186 atletas de 21 estados, que lutaram entre os dias 05 e 11 de agosto pelo título de campeão brasileiro. A fase final foi acirrada, reduzindo o grande número de esportistas a um nicho bem menor. E todos eles foram acompanhados de perto por Amonio Silva, técnico da Seleção Brasileira de Boxe. Com seus olhos atentos, movimentos sorrateiros como socos de direita, ganchos, uppers, clinches e esquivas não passaram despercebidamente de sua atenção, que monitorava os dons dos atletas e sua possibilidade de ingressar ao seleto grupo da aristocracia da modalidade. Para o olheiro, o primeiro passo é sair vitorioso aqui, na etapa nacional.

“Estamos sempre em busca de novos atletas e ano passado o Brasileiro nos rendeu três boxeadores que foram separados para a seleção e chegaram a disputar o Campeonato Continental, nos Estados Unidos, obtendo uma ótima classificação. E para ter uma chance no time – atualmente composto por 22 esportistas, é preciso começar aqui. Temos muitos talentos novos e meu papel, enquanto treinador e olheiro, é sinalizar esses lutadores e dar sequência em sua preparação, que já fora consolidada nas categorias de base. Na equipe que representa o país, esses jovens são lapidados para que possam encarar novos desafios para além das fronteiras nacionais. Isso permite que eles alcancem o grande sonho, de mostrar todo seu potencial e habilidades nos Jogos Olímpicos”, compartilhou.

Sobre viver do esporte, Amonio encorajou pais e mestres a incentivarem o sonho em seus filhos e alunos. “Os desafios são reais, mas não é um objetivo inalcançável. Temos na Seleção Brasileira muitos boxeadores que vivem da modalidade e levam suas vidas pelo que o boxe conseguiu lhes proporcionar economicamente. Muitos sustentam famílias inteiras, dando suporte para os pais e demais parentes. A premissa de que seguir uma carreira esportiva é inviável não é verdade. O sonho é genuinamente real”, ponderou. (Com assessoria)

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