Principal

Cabo suspeito de grampos aguarda vaga em prisão de segurança máxima de MS

3 minutos de leitura
Cabo suspeito de grampos aguarda vaga em prisão de segurança máxima de MS

Reprodução/O Livre

Quarto do cabo Gérson na Rotam

Quarto em que cabo estava detido tinha geladeira, televisão e ar condicionado

O cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, preso por suspeita de envolvimento no esquema de grampos ilegais da Polícia Militar, foi transferido para o Centro de Custódia da Capital (CCC) depois de denúncias de que estava tendo regalias no Batalhão da Rotam (Rondas Ostensivas Tático Móvel), onde estava detido.

Segundo informações do Tribunal de Justiça, o cabo agora vai aguardar uma vaga no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande. Os outros militares presos também poderão ser transferidos.

Denúncias levadas à Justiça apontam que Gerson teria acesso irrestrito a computadores e a um aparelho de celular, utilizados para tratar de assuntos pessoais como cobrança de dívida e também para conversar com o contador Mario Edmundo, que teria sido interceptado ilegalmente no esquema dos grampos. Ele teria tido liberdade o suficiente para ir à boate Cristal e também teria sido liberado para sair e “tomar cerveja”. No rol de visitas recebidas por Gérson, foi constatado que o coronel Evandro Ferraz Lesco chegou visitá-lo antes de ser também preso.

Por determinação do desembargador Orlando Perri, os juízes Bruno D’Oliveira Marques, da 11ª Vara Criminal da Justiça Militar, e Geraldo Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Execuções Penais, realizaram vistorias nos locais onde todos os militares estão detidos. Na Rotam, onde o cabo estava localizado, foi relatado que o quarto possui cama, geladeira, um aparelho de televisão e armários.

O cabo tem horários definidos para café da manhã, almoço e jantar, e realiza suas refeições junto dos demais militares, acompanhado de escolta. Depois que foi denunciada a saída do cabo à boate, foi colocada uma grade na porta do quarto, segundo relatório dos juízes.

Grampos ilegais

Gerson Júnior foi preso em 23 de maio por suspeita de ser o responsável por assinar os pedidos e relatórios de inteligência que foram utilizados para espionar autoridades e profissionais em Mato Grosso. Entre 2014 e 2015, foram grampeadas pessoas com a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado eleitoral ligado ao PMDB José do Patrocínio, o desembargador aposentado José Ferreira Leite, o jornalista José Marcondes “Muvuca”, o ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), além médicos.

Uma ex-amante e uma ex-secretária de Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil, também teria sido alvo das escutas – ele saiu do cargo no dia em que o caso veio à tona, em maio. Um telefone utilizado pela major Valéria Fleck enquanto esteve cedida ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) também teria sido interceptado ilegalmente. No mesmo dia da prisão do cabo, também foi detido preventivamente o coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da Polícia Militar, apontado como um dos responsáveis das escutas.

Outros dois coronéis foram presos desde então: Evandro Lesco e Ronelson Barros. Ambos foram exonerados dos cargos de secretário e adjunto da Casa Militar nesta quarta-feira (26).

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes