O cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Ferreira Corrêa Junior foi preso e encaminhado, nesta sexta-feira (19), para a Corregedoria-Geral da Polícia Militar. O policial deve passar por audiência de custódia no Fórum de Cuiabá neste sábado (20), de acordo com seu advogado, Neyman Monteiro.
O policial é apontado como uma das principais peças do esquema de interceptação telefônica ilegal, conhecido como Grampolândia Pantaneira. A prisão foi autorizada pelo juiz em substituição da 11ª Vara Militar de Cuiabá, Waldmir Perri, pelo de o cabo ter descumprido medidas cautelares.
A unidade militar em que o cabo deve passar a noite desta sexta, até que seja ouvido pelo juiz plantonista de audiência de custódia, ainda não foi definida pela Polícia Militar.
Gerson, de acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), teria violado a tornozeleira eletrônica para ir à uma casa noturna, em Cuiabá. Além de violar a ferramenta de monitoramento, ele descumpriu a determinação da Justiça de não sair de casa no período da noite e finais de semana.
Na Grampolândia Pantaneira, Gerson é apontado como um dos principais operadores do esquema de grampos ilegais, que ocorreu em Mato grosso. Ele foi o último dos cinco réus a ser solto.
O caso
O esquema de grampos ilegais foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque à Procuradoria Geral da República (PGR), à quem afirmou que o governo do Estado tinha conhecimento sobre as escutas ilegais instaladas em Mato Grosso.
Inicialmente, o pedido de interceptação telefônica foi autorizado pela Justiça Estadual, mas teve a finalidade alterada depois que número de pessoas sem envolvimento em crimes terem sido incluídos – uma manobra chamada de barriga de aluguel.
Depois de ter alertado o governador Pedro Taques, Zaque procurou a PRG, em janeiro de 2017. O escândalo veio à tona após uma reportagem veiculada pelo Fantástico, em maio de 2017, na qual o promotor reafirma as denúncias.