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Cabo da PM diz que se negou a “combinar versões” com coronéis

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Cabo da PM diz que se negou a “combinar versões” com coronéis

Ednilson Aguiar/O Livre

Depoimentos Grampos ilegais

Depoimentos sobre grampos ilegais: militares envolvidos serão julgados por Vara Criminal Militar

O cabo Euclides Torezan afirmou que o sistema Sentinela, destinado a realizar interceptações telefônicas, foi mal utilizado pelos militares investigados no caso dos grampos. Em audiência na 11° Vara Criminal Militar nesta sexta-feira (09), Torezan disse que se negou a combinar versões com o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa.

“Eles tinham feito cagada demais”, disse. “Como não vai aparecer essa ferramenta Sentinela, se é nela que eu estou trabalhando”, afirmou.

De acordo com Torezan, ele se envolveu com as interceptações quando foi orientado por seu superior, o coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, a procurar o coronel Zaqueu Barbosa. “Ele [Zaqueu] me disse que estava montando um setor para investigar crimes militares”, afirmou.

O cabo afirmou ter apenas trabalhado no desenvolvimento do sistema e não nos grampos em si. Torezan tinha interesse em desenvolver, ao lado do empresário José Marilson da Silva, um sistema concorrente do Guardião, utilizado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado). Torezan disse que o contrato com o guardião fica “na casa dos milhões”.

Para desenvolver o Sentinela, Torezan criou um grupo de nome Sentinela no Whatsapp no qual estavam presentes o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa, o sargento João Ricardo Soler, o coronel Ronelson Barros e pessoas da empresa Simples IP.

Quando o caso veio a tona, Torezan afirma que foi procurado por outro militar para conversar com o coronel Barros. O coronel teria orientado Torezan a procurar o cabo Gerson para combinar uma versão a ser contada à Justiça – ele disse que não concordou com a possível obstrução da investigação.

Torezan ainda afirmou que o coronel Zaqueu tinha um login de acesso ao sistema. O coronel é apontado como uma das lideranças no esquema utilizado para grampear políticos, jornalistas, advogados, membros do Ministério Público e outras pessoas de interesse da cúpula do Governo do Estado.

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