As avenidas de Cuiabá amanheceram nesta segunda-feira (18) – logo mais devem voltar a presenciar um ato parecido – ao som das buzinas de ônibus de turismo e motoristas de vans. Eles protestam contra o decreto municipal que os impede de voltar ao trabalho.
Desde o final de março, diversos setores da economia estão de portas fechadas, dadas as regras do isolamento social para conter o novo coronavírus. A reabertura do comércio, do setor de serviços e da indústria não beneficiou a todos os ramos.
O buzinaço foi aderido por exemplo por donos de academias, bares, restaurantes, feirantes, lojistas de shoppings e motoristas de ônibus e vans de turismo.
A manifestação foi batizada de “ato fúnebre”, simbolizando a morte das empresas e dos empregos que elas geram.
O manifesto pretende chamar a atenção dos governos. No caso do federal, para que estenda a ajuda ao pagamento de salários, acesso facilitado a crédito, redução de impostos.
No caso do municipal, para que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) adote a reabertura gradativa das empresas que continuam impedidas de voltar a funcionar.
No início da tarde, a carretada retoma as ruas da Capital. Os empresários e funcionários pretendem se vestir de preto e acender velas em frente à Prefeitura para expressar o luto.
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Previsão: fim de julho
Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro afirma que trabalha com a hipótese de que, até o fim de julho, o número de infectados pelo novo coronavírus continuará aumentando em todo o país. Diante disso, sustenta que trabalha para evitar que a Capital entre neste cenário.
“Como gestor, enxergo essa situação [dos empresários] com coração partido. Somos solidários com a população e com todas as categorias que, neste momento, estão impedidas de desenvolver suas funções. Entretanto, também como gestor, tenho a responsabilidade de pensar na saúde e na vida de cerca de 700 mil cuiabanos”, argumentou.
Segundo a Prefeitura, a retomada das atividades econômicas continuará sendo feita de forma “gradual e planejada”, com base nos relatórios de comportamento da pandemia do novo coronavírus elaborados pelas equipes técnicas do Município.
“Não vamos abrir ou retomar nenhum setor, se houver um descontrole da covid-19. É o avanço ou contenção da pandemia que define se é possível ou não aplicar essa retomada”, disse o prefeito.