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Brumadinho, Vaza Jato e Previdência: relembre dez polêmicas nacionais de 2019

2019 começou com mais um rompimento de barragens e terminou com a cassação de uma senadora de MT; Veja as notícias que o LIVRE separou para você

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Brumadinho, Vaza Jato e Previdência: relembre dez polêmicas nacionais de 2019
Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

O ano de 2019 começou apontando que não seria fácil para a população brasileira. É que, logo em janeiro, a sociedade foi acordada com o rompimento de uma barragem de rejeitos em Minas Gerais.

No mês seguinte, as atenções foram para o mundo da política, com o presidente Bolsonaro (PSL) anunciando nova reforma da previdência.

O LIVRE separou dez polêmicas de 2019 para você relembrar. Confira:

1. Barragem da Vale se rompe em Brumadinho (MG)

Na manhã do dia 25 de janeiro, a população recebeu a notícia de mais um rompimento de barragem em Minas Gerais. Dessa vez, a tragédia atingiu a cidade de Brumadinho e deixou cerca de 270 pessoas desaparecidas.

Ao longo do ano, mais de 250 corpos foram resgatados da lama. Uma CPI foi aberta na Câmara dos Deputados para apurar as responsabilidades pelo crime ambiental. Duas empresas e 22 funcionários foram apontados como os responsáveis.

Incêndio mata 10 jovens no Centro de Treinamento do Flamengo, no RJ (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

2. Centro de treinamento do Flamengo pega fogo

Na madrugada de 8 de fevereiro, um incêndio no centro de treinamento do Flamengo, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, deixou dez mortos e três feridos. Um dos jovens sobreviventes, Kennyd Lucas, mato-grossense, contou ao LIVRE sobre a tragédia que viveu. Ele perdeu quatro amigos no incêndio.

No dia 5 de dezembro, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou que uma liminar determina pensão de R$ 10 mil para a família dos dez atletas que morreram. O clube disse que poderá recorrer.

Bolsonaro vai pessoalmente entregar Reforma da Previdência ao Congresso (Foto: Agência Brasil)

3. Bolsonaro entrega proposta de Reforma da Previdência na Câmara

No dia 20 de fevereiro, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), apresentou na Câmara dos Deputados um de seus projetos mais polêmicos de 2019. Acompanhados dos ministros da Economia e Casa Civil, ele foi pessoalmente ao Congresso.

A expectativa era a de que o texto fosse aprovado até o início do segundo semestre deste ano. Contudo, a reforma apenas foi aprovada no dia 22 de outubro.

(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

4. Governo “contingencia” orçamento do MEC e bloqueia 30% de verbas de universidades

No final de março, o Governo Federal anunicou um contingenciamento de R$ 29,5 bilhões de todo o orçamento da União, sendo que R$ 5,8 bilhões seriam das verbas do Ministério da Educação (MEC).

Logo em seguida, o ministro Abraham Weintraub anunciou o corte de 30% no orçamento de universidades e institutos federais. Na época, o anúncio foi feito após ele alegar que os alunos faziam “balbúrdia” nas instituições e que o Governo não iria arcar com esses gastos.

O valor acabou sendo cortado das despesas discricionárias, como contas de água e luz, e serviços de limpeza.

Não demorou até a Universidade Federal de Mato Grosso anunciar que não conseguiria se manter sem o repasse. Ao longo do ano, a UFMT enfrentou diversas crises, e até um corte na energia. O ministro da Educação chegou a falar em “responsabilização” da reitora.

Por causa do corte nos recursos, Weintraub chegou a ser chamado na Câmara dos Deputados para explicar sobre o bloqueio. 

Procurador do Ministério Público Federal e coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagno tem conversas vazadas (Fernando Frazão/Agência Brasil)

5.Vaza Jato: site divulga conversas entre Moro e Dallagnol

Tarde de domingo, 9 de junho. O site The Intercept deu início a uma série de publicações com conversas particulares envolvendo duas grandes figuras da Operação Lava Jato. São elas o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o coordenador da operação do Ministério Público Federal, Deltan Dallganol.

O caso desencadeou uma verdadeira briga entre sites de notícia, o Governo Federal e o MPF. Políticos entraram na briga, como o deputado federal por Mato Grosso, José Medeiros (Podemos), que aconselhou o jornalista Glenn Greenwald a fugir do país.

O LIVRE também ouviu diversos juristas para entender a ética e a imparcialidade nas operações.

(Foto: Suellen Pessetto/ O Livre)

6. Queimadas crescem na Amazônia, fumaça encobre cidades e ministro culpa queima de lixo urbano

Em julho, relatos de desmatamento ilegal e queimadas no Brasil causaram preocupação na Europa, entre os países que enviavam recursos para o “Fundo Amazônia”. Na mesma época, Bolsonaro extinguiu o comitê orientador do fundo, que definia os critérios de aplicação do dinheiro internacional. O fato levou a Noruega e a Alemanha a suspenderem os repasses de quase R$ 300 milhões.

As declarações quanto ao meio ambiente ainda se intensificaram após uma nuvem escura encobrir parte do estado de São Paulo. Enquanto pesquisadores e ambientalistas informavam que o fenômeno era resultado das queimadas na Amazônia, Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rechaçaram as declarações. Para eles, tratava-se de sensacionalismo.

O aumento nas queimadas e desmatamento, principalmente na área da Amazônia Legal, causou repercussão internacional. Diversos jornalistas estrangeiros vieram conferir a situação. Em Cuiabá, Ricardo Salles chegou a afirmar que a fumaça sobre cidades é causada por queima de lixo urbano.

Deputada Joice Hasselmann é destituida da liderança do partido no Congresso (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

7. Racha no PSL: deputados se dividem e presidente deixa o partido

Segunda maior bancada na Câmara Federal, com 53 deputados, o PSL viveu uma guerra interna em 2019, que resultou em um grande racha partidário.

A situação estava instável desde fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou operação contra candidaturas de laranjas no PSL. Depois, o líder do partido na Câmara, deputado Delegado Waldir (PSL-GO), teve um áudio veiculado, no qual chamava o presidente de “vagabundo” e afirmava que iria “implodi-lo”.

Em outubro, Bolsonaro sofreu uma derrota quando os membros do partido decidiram manter Waldir como líder na Câmara. Bolsonaro, então, afastou a deputada Joice Hasselmann da liderança do governo no Congresso, o que acirrou o clima.

A briga foi comprada pelo presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PSL-PE), que tirou os filhos de Bolsonaro das lideranças estaduais no Rio de Janeiro e em São Paulo. No fim, no dia 12 de novembro, Bolsonaro anunciou sua saída do partido.

Deputado federal por MT, José Medeiros “caça” briga com jornalista que vazou conversas da Lava Jato (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

8. Bolsonaro é citado em caso de Marielle Franco; deputado quer que jornalistas se expliquem

No dia 29 de outubro, o Jornal Nacional noticiou um depoimento que relacionava o presidente Jair Bolsonaro com a morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. A declarações eram do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem casa no RJ. Ele teria afirmado que um dos principais suspeitos do caso esteve no condomínio horas antes do crime, e que teria procurado por Bolsonaro.

No dia seguinte, o JN informou que, segundo o Ministério Público, o porteiro teria mentido no depoimento e poderia ser indiciado por falso testemunho.

Depois do caso, o deputado federal por Mato Grosso, José Medeiros, apresentou um requerimento na “CPI das Fake News” para ouvir a alta cúpula da Rede Globo. Na justificativa, Medeiros afirmou que “rádios e televisões podem ser propagadores de informações de fontes duvidosas”.

9. Miss de MT debocha de entregador de comida e perde a coroa 

Bruna Reis Figueiredo, de 20 anos, perdeu a coroa de Miss Campo Novo do Parecis (MT) 2019, depois que debochou de um entregador de comida por aplicativo. O caso aconteceu no fim de outubro e ganhou os noticiários nacionais.

Em um vídeo publicado pela própria jovem, ela filmava o trabalhador e comentava: “É aí que você vê o porque de sua comida chegar atrasada. A pessoa está de bicicleta, tá na marcha lenta. A pessoa não consegue nem subir a ladeira”.

Depois do caso, Bruna afirmou lamentar o acontecido e não ter maldade no coração. O entregador, por sua vez, ganhou uma motocicleta de um programa de TV local.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

10. De paladina a cassada pela Justiça: Selma Arruda perde o cargo de senadora de MT

A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que a senadora por Mato Grosso Selma Arruda (Podemos) cometeu crime no pleito de 2018. Por isso, a condenaram à perda do mandato.

Nacionalmente conhecida como “Moro de saias”, a juíza aposentada também pertencia à Comissão de Ética do Senado. Ela foi cassada por caixa dois e abuso de poder econômico, porque omitiu um gasto de pouco mais de R$ 1,2 milhão na declaração enviada à Justiça Eleitoral.

Segundo o presidente da Justiça Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Gilberto Giraldelli, a chapa da senadora pode ter que arcar com o custo da eleição suplementar. O valor é estimado em R$ 9 milhões.

A decisão passou a ser válida apenas no dia 19 de dezembro, mas os bastidores já estavam movimentados ainda antes, pelos rumores de futuros candidatos. O deputado federal José Medeiros (Pode-MT) já negou que seu nome foi apontado pelo partido.

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