Consumo

Brasil sentirá impactos econômicos da pandemia até 2050, diz pesquisa

Mortes pela covid-19 reduziram em até 25 anos o tempo de trabalho e contribuição de muitos brasileiros

2 minutos de leitura
Brasil sentirá impactos econômicos da pandemia até 2050, diz pesquisa
Mulher usa máscara de proteção na Central do Brasil, no centro do Rio 17/03/2020 REUTERS/Ricardo Moraes

Pesquisadores da Rede Clima integraram dados epidemiológicos da covid-19 a um modelo econômico e identificaram que os impactos das mortes na pandemia no Brasil poderão ser observados até 2050. 

“Uma pessoa que faleceu aos 50 anos teria pelo menos mais 25 anos, provavelmente, de idade econômica ativa, mais um período de aposentadoria. Toda essa renda futura foi perdida”, aponta o coordenador do grupo, Edson Domingues, da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).  

Na modelagem econômica utilizada, o total de mortes causadas pela covid-19 foram determinantes para entender os efeitos sobre a economia. Quando o modelo foi rodado, o Brasil tinha cerca de 400 mil mortes.  

Hoje, o total ultrapassa 607 mil. Foram utilizados ainda dados sobre rendimento médio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A análise envolveu ainda parâmetros médios de expectativa de vida, por região e grupos etários. 

Dados estaduais 

Em 2050, segundo as projeções da pesquisa, os impactos mais expressivos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) no longo prazo poderão ser percebidos no Amazonas (-1,38%) e no Acre (-1,35%).  

Em seguida estão Rondônia (-1,2%) e Roraima (-1,1%). Por outro lado, alguns estados conseguirão se recuperar mais rapidamente no longo prazo: Pará (0,34%), Tocantins (0,28%), Piauí (0,14%), Maranhão (0,12%), Minas Gerais (0,09%) e Espírito Santo (0,03%). 

“A pandemia teve impacto, obviamente, de curto prazo, com o fechamento do comércio, da indústria, de serviços, a perda dos deslocamentos, perdeu-se produção e emprego nos anos de 2020 e 2021. Isso é notório. Mas esse impacto de longo prazo, das fatalidades, é uma coisa pouco falada e muito pouco estudada”, explica o professor da UFMG. 

Ele destaca que a análise permite entender que, se mortes tivessem sido evitadas, os impactos econômicos de longo prazo seriam reduzidos. 

Domingues aponta ações que poderiam amenizar os efeitos econômicos a longo prazo. 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes