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“Brasil não pode retroceder”, diz Moro sobre decisão do STF

Em nota, o juiz ainda lembrou que o ex-presidente Lula teve sua condenação confirmada por todas as instâncias do judiciário

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“Brasil não pode retroceder”, diz Moro sobre decisão do STF
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Na tarde desta quarta-feira (24), o ex-juiz da Operação Lava Jato em Curitiba, Sergio Moro, se manifestou publicamente sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal, que decidiu que ele teria agido de forma parcial no julgamento do ex-presidente Lula (PT) no caso do tríplex do Guarujá.

No documento, Moro afirma está tranquilo sobre a decisão do STF e lembrou que a sentença da Lava Jato foi reforçada por todas as instâncias do judiciário brasileiro.

O ex-juiz da Lava Jato também lamentou a decisão do Supremo e afirmou que o Brasil não pode retroceder no combate à corrupção.

“O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente”, diz um dos trechos do documento.

Leia nota 

“Sobre o julgamento da 2ª Turma do STF que, por três votos a dois, anulou a condenação do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro:

A Operação Lava Jato foi um marco no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil e, de certo modo, em outros países, especialmente da América Latina, colocando fim à generalizada impunidade destes crimes. Mais de quatro bilhões de reais pagos em subornos foram recuperados aos cofres públicos e quase duas centenas de pessoas foram condenadas por corrupção e lavagem de dinheiro.

Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade da minha parte, como juiz do caso.

Apesar da decisão da segunda turma do STF, tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas, nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex-Presidente.

A sentença condenatória contra o ex-Presidente foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça que, igualmente, rejeitaram as alegações de falta de imparcialidade. O ex-Presidente só teve a prisão ordenada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, em 2018, após ter habeas corpus denegado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal.

O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente.

A preocupação deve ser com o presente e com o futuro para aprimorar os mecanismos de prevenção e combate à corrupção e com isto construir um país melhor e mais justo para todos.

Curitiba, 24 de março de 2021.

Sergio Fernando Moro”

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