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“Box de Curtas” movimenta cinema mato-grossense com três novas produções

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“Box de Curtas” movimenta cinema mato-grossense com três novas produções
Gravações do Box de Curtas 2019 (Foto: Vitória Molina)

Idealizado para que curtas-metragens com poucos recursos pudessem contar com o mesmo padrão de qualidade desejado – com equipamentos e profissionais de alto nível -, o projeto “Box de Curtas“, lançado em 2017, alça voo e impulsiona a concretização de três novas produções mato-grossenses ainda este ano. As gravações já estão em pleno vapor e seguem até o dia 5 de maio.

O resultado do projeto já deixou sua colaboração na construção de um novo momento para o audiovisual de Mato Grosso. Foram mais de 60 exibições em festivais e mais de 10 prêmios para os cinco filmes realizados na primeira edição. Em 2019, o Box de Curtas passa a ter vida própria com “foco em formação, aperfeiçoamento e ampliação das possibilidades para realizadores locais”.

A segunda edição do Box de Curtas também mobiliza setores da economia e turismo no Estado, com hospedagens, refeições e transportes. De acordo com a produtora executiva Bárbara Varela, trata-se de profissionais parceiros e empresas que já compreendem a importância do envolvimento com as produções cinematográficas locais.

“São descontos, produtos, cessão de espaços para equipes e locais de filmagens. As intervenções pela cidade e pelos bairros sempre envolvem a comunidade e somos logo identificados, o que é positivo para a mobilização de auxílio”, destaca a produtora.

Desta vez, se unem Infinity Filmes, Cafeína Conteúdos Inteligentes e Calm Produtora, que assinam, respectivamente, a produção de “O menino e o Ovo”, de Juliana Capilé, “O conto da perda”, de Angela Coradini, e “Ausência”, de Luiz Marchetti.

Os curtas-metragens contam com atores nacionais e locais, muitos deles do interior do Estado, oportunizando espaço e valorizando os talentos regionais. Com experiência nacional e internacional de mais de 30 anos, Marcelo Biss atua como Diretor de Fotografia em todas elas.

Primeiro curta gravado, “O Menino e o Ovo” retrata as tentativas de Joana, uma menina de oito anos, em descobrir se ovo frita no asfalto de Cuiabá (Foto: Vitória Molina)

Os filmes

Suspense quase cômico, escrito e dirigido Luiz Marchetti, “Ausência” é um curta-metragem baseado no conto “Sorriso” de Wanda Marchetti, mãe do diretor conhecido por suas produções de alto teor autoral e vanguardista. No enredo, os personagens Norma e Jorge são um casal de classe média de Mato Grosso que, apaixonados, compartilham festas, universidade e tudo que se espera de jovens de 22 anos.

“Há neste trabalho uma metalinguagem em sua narrativa, onde o conceito e a estética do filme se alfinetam, falando de presença, usando ausência e vice-versa. A mesma história pelo ponto de vista de duas personagens que se separam, tornando a ausência real na tela”, revela a sinopse.

A escritora e diretora Ângela Coradini, por sua vez, apresenta, em “O Conto da Perda”, um universo temporal cíclico de 24 horas, onde os personagens Lena e Pio estão presos na repetição de um evento traumático. Sem a pretensão de ser distópico ou ficção científica, o curta-metragem converge com a fantasia comum ao gênero literário de contos míticos ao pressupor uma temporalidade paralela.

Mas afinal, é possível fritar um ovo no asfalto em Cuiabá? “O Menino e o Ovo” retrata as tentativas de Joana, uma menina de oito anos, em descobrir a verdade sobre a lenda urbana. O curta-metragem marca a estreia da roteirista, dramaturga e atriz, Juliana Capilé, na direção.

“Embora possua uma linguagem universal, a obra se apoia na utilização de um aspecto extremamente local: o famoso calor cuiabano. Elemento popular identitário notório, presente no imaginário da população mato-grossense”, revela sinopse.

O projeto

A experiência colaborativa do Box de Custas começou quando Bárbara Varela foi produtora executiva de cinco curtas-metragens contemplados pelo edital da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso (SEC-MT). Com produtoras e diretores diferentes em cada projeto, a oportunidade de unir os recursos e a agenda de filmagens de maneira sequencial, mobilizou o segmento e permitiu um melhor poder de compra.

À época, o projeto deu vida aos filmes “Aquele disco da Gal”, de Juliana Curvo e Diego Baraldi, “A gente nasce só de mãe”, de Caru Roelis, “Juba”, de Severino Neto e Rafael de Carvalho, “Teodora quer dançar”, de Samantha Col Debella, e “Ciranda”, de Ângela Coradini e Felippy Damian.

“A estrutura do box possibilitou acesso a equipamentos e profissionais que não seriam possíveis se cada filme fosse rodado de forma individual. Trouxemos um caminhão de equipamentos de fora e isso gerou um salto de qualidade não só no produto final, mas no próprio processo de produção em si”, destaca Bárbara.

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