Os entusiastas do cinema mato-grossense podem comemorar, porque a espera acabou. E quem ainda não conhece a produção da nossa terra, terá uma nova oportunidade. O Box de Curtas, projeto que é resultado da união de forças entre profissionais do audiovisual local, já tem lançamento marcado: nesta sexta-feira (24), a partir das 20 horas, no Cine Teatro Cuiabá. São cinco roteiros, quatro curtas-metragens e um piloto de série que envolveram três produtoras e oito diretores associados. E a entrada é gratuita!
A movimentação em torno das gravações transformou Cuiabá em um grande set de filmagens. Elas começaram em abril deste ano, com o curta-metragem Aquele Disco da Gal, e dominaram vários espaços da cidade como cenário dos enredos de temáticas variadas – desde ficção documental até a recriação de lendas urbanas. Todos os filmes foram contemplados pelo Edital de Produção de Obras Audiovisuais, lançado em 2016, uma iniciativa da Secretaria do Estado de Cultura, Ancine e Fundo Setorial do Audiovisual.
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Bastidores do curta-metragem Aquele Disco da Gal
A produtora executiva do projeto, Bárbara Varela, afirma que as produções contaram com um ambiente bastante avançado em recursos humanos e técnicos e só foi possível com a união do setor. “Um ambiente que gerou grandes expectativas futuras em todos os profissionais, principalmente no que diz respeito ao aprimoramento técnico e profissional”, completa. Ela também ressaltou a importância do estímulo às produtoras mato-grossenses para o desenvolvimento do cinema no estado. O box de produção envolveu a Molêra Filmes, A Produtora e Leão Film.
Segundo a SEC, foram investidos R$ 650 mil no Box de Curtas, com a geração de 250 empregos diretos e cerca de 60 indiretos. Dentro desse corpo de produção, mais de 80% são profissionais locais.
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Samantha Col Debella durante as gravações de Teodora Quer Dançar, na Praça da Mandioca.
Com qualidade técnica, muitos destes filmes já estão ganhando o país e mundo, sendo selecionados em festivais independentes. É o caso do curta-metragem A Gente Nasce só de Mãe, de Caru Roelis, semifinalista no festival Los Angeles Cine Fest junto com Juba, de Severino Neto. A jovem cineasta tem 23 anos, é nascida em Alta Floresta e recém-formada pela UFMT em Cuiabá. Ela conta sobre a satisfação em participar de um grande projeto já no início da carreira.
“Para mim que sou do interior do estado, onde não tem cinema, fazer cinema em Mato Grosso, para Mato Grosso e de Mato Grosso, é realmente gratificante. Com o recurso que fui contemplada, pude produzir um filme com uma estrutura que é comum aos grandes centros e polos do audiovisual. Começar dessa maneira me deixa muito feliz e com grande responsabilidade”.
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A jovem revelação Caru Roelis e os bastidores de A Gente Nasce só de Mãe
E não para por aí! A experiência já está servindo de exemplo para outras regiões do país. Teodora quer Dançar, Juba e A gente nasce só de mãe, foram selecionados para um festival de cinema da Paraíba, o 12º Comunicurtas, e seus organizadores entraram em contato com a equipe. “Fomos convidados pela Paraíba para apresentar o Box de Curtas e eles estão empolgados porque nos falaram que viram nos filmes de Mato Grosso uma luz para seguir adiante num segmento que é tão difícil como o cinema”, conta Bárbara Varela, que vai para o evento na última semana de novembro.
Bateu curiosidade? Então confira o teaser do evento, as sinopses dos filmes e não perca a oportunidade de prestigiar nossos realizadores.
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Aquele Disco da Gal
(Direção e roteiro de Juliana Curvo e Diego Baraldi)
“Mariana decide deixar o apartamento onde viveu por mais de uma década com o agora ex-marido Henrique e com a filha adolescente Natália. Natália contraria a mãe e decide permanecer em casa com o pai. Juntos, pai e filha aprendem a lidar melhor um com o outro”.
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A Gente Nasce só de Mãe
(Direção e roteiro de Caru Roelis)
“Inspirado em uma história real, o filme retrata a história de Emilly Barbosa, uma adolescente de 17 anos vivendo em situação precária com seus dois irmãos e o seu filho recém-nascido, na periferia de Várzea Grande. Desde que Maria Helena Barbosa, sua mãe, foi morar com o namorado a sua pobreza se agrava e um corte de energia incita uma enorme tragédia”.
Juba
(Direção de Severino Neto e Rafael de Carvalho; Roteiro de Severino Neto)
“Juba é uma jovem que ganha dinheiro fazendo malabares nas ruas de Cuiabá. Em uma dessas raras oportunidades que a vida oferece, Juba e seus companheiros de trabalho recebem uma proposta irrecusável. Porém, mesmo com tudo combinado, alguns detalhes do seu complexo cotidiano tornam a decisão mais difícil do que parece. O filme mostra, de maneira intimista, simples e despretensiosa, como os sonhos e a própria vida se misturam e se é possível que a arte sobreviva à realidade”.
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Teodora Quer Dançar
(Direção e roteiro de Samantha Col Debella)
“Baseado na lenda Cuiabana de Theodora Müller, uma mulher máscara que aparecia nos bailes de Carnaval do antigo Clube Feminino de Cuiabá, o curta retrata, nos tempos atuais, a história de Álvaro. Um jovem bem-sucedido advogado, recém-chegado à capital mato-grossense, que tem sua carreira desestruturada ao se apaixonar por uma mulher misteriosa e buscar um amor que ele nunca poderá viver”.
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Ciranda
Direção e roteiro de Ângela Coradini e Felippy Damian.
“Raul, homem transgênero, 51 anos, e Larissa, professora de balé, 57 anos, anunciam a Marcos, 39, professor, que irão se casar na próxima semana. Naquela mesma noite, junto com amigos, eles comemoram a decisão na casa de shows Paraíso em uma apresentação inspiradíssima da personagem Tina Mon Amour, interpretada há longa data por Raul nos palcos. A semana que antecede o casamento é atribulada, e os atritos são resolvidos um dia antes do casamento”.