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Bolsonaro: “Chegando lá, nós quebramos o sistema; e não é na ignorância, é na lei”

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Bolsonaro: “Chegando lá, nós quebramos o sistema; e não é na ignorância, é na lei”

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) disse, em entrevista ao jornalista Augusto Nunes, comentarista do programa “Os Pingos nos Is”, da Rádio Jovem Pan, que foi “vítima de tudo aquilo que combate”. A gravação foi ao ar nessa segunda-feira (24). Foi a primeira entrevista em vídeo do candidato à Presidência da República depois do atentado sofrido no último dia 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG).

Ao jornalista – que também é colunista do LIVRE -, Bolsonaro disse, emocionado, que o atentado teve cunho político e que teve medo de morrer. “A gente sempre tem [medo]. Em primeiro lugar pensei na minha filha de sete anos de idade, é ela quem me inspira na política e logicamente minha família como um todo”, disse.

Ainda no leito do hospital Albert Ainstein, em São Paulo, o candidato apontou para os 35 pontos que levou no abdômen e considera estar vivo por uma série de fatores favoráveis naquela data. “Eu entendo que esse atendando foi político, porque me tirando de combate, ficaria mais fácil”

Questionado por que ele teria sido alvo de um atentado, o candidato à Presidência atribuiu ao seu crescimento nas pesquisas, mesmo com poucos recursos. “Porque eu estou crescendo? da onde Augusto (sic)? Olha o tamanho do meu partido, olha o tamanho do nosso fundo partidário?  Eu costumo dizer que, chegando lá [na Presidência], nós quebraremos o sistema. Não é na ignorância, não. É na lei”.

Visivelmente emocionado, Bolsonaro respondeu às perguntas do jornalista Augusto Nunes ainda no leito do Hospital Albert Einstein

Crime

Para ele, o criminoso não teria agido sozinho. Ele criticou as investigações da Polícia Federal, que apontam que Adélio Bispo de Oliveira não teve ajuda de nenhum comparsa na hora do ataque. “Ele não é tão inteligente assim, não. Ele saberia que seria linchado, teria gente ao lado dele. E pelo que eu ouvi dizer as investigações da Polícia Civil de Juiz de Fora estão bem mais avançadas que as da PF”.

Bolsonaro revelou ainda que o criminoso teve uma passagem falsa dele pela Câmara, no dia 6 de setembro, data do atentado. “Quando você vai à Câmara, é fotografado, fica um registro. A polícia legislativa trabalha com muita lisura, e tem que apurar, assim como a imprensa tem que apurar o caso”, afirmou.

15 pastores

O deputado Flávio Bolsonaro (PSL), candidato ao Senado, também participou da entrevista e disse que tomou conhecimento do atentado por meio de um jornalista que ligou para ele. “Eu estava na Alerj, fui em um gabinete e tinha uns 15 pastores lá. Começamos a orar. Eu não sabia ao certo, mas chorava com medo”, disse.

Quando foi de encontro ao pai, a primeira frase de Bolsonaro para o filho foi uma surpresa. “Ele me chamou pertinho e disse: se deram mal, estou vivo”. E completou: “ele não tá pensando na saúde dele, mas no todo que ele representa. Eu tenho cada vez mais orgulho dele. É um choro de alívio, e a certeza de que Deus está preparando alguma coisa muito grande para o nosso Brasil e tá preparando o cara”.

Risco à democracia

Augusto Nunes também perguntou sobre a defesa da democracia. “Que recado o senhor dá para quem duvida que o senhor seja um admirador do regime democrático?”

“As pessoas que falam que eu sou um risco à democracia, na verdade querem dizer que eu sou um risco aos esquemas delas. Não vai ter mais indicação ao BNDES, Caixa, Banco do Brasil. Eu sou um risco para aqueles pendurados em estatais do governo. Conversei com o Paulo Guedes e vamos priorizar um estudo muito apurado. Algumas estatais serão privatizadas. Temos até uma estatal do ‘Trem bala’. A tal de EBN é outra que você tem que olhar com muito carinho, tem um orçamento de mais de R$ 1 bi ao ano e é uma TV que ninguém assiste. Estatais que são ociosas serão privatizadas. Agora, tem estatais estratégicas estão fora de cogitação. Não serão privatizadas”, explicou.

Bolsonaro disse ainda que foi vítima daquilo que combate e que em seu plano de governo, além das privatizações, defenderá o fim da progressão de pena. “Eu fui vítima daquilo que eu combato. Eu prefiro a cadeia cheia de vagabundo, do que um cemitério cheio de inocentes. Eu tenho um projeto que se o cara cometeu três crimes, vai pegar 10 anos sem progressão. Independentemente do tipo de crime”, destacou.

Avaliação

Por fim, Bolsonaro fez uma avaliação das eleições. Disse que existem milhares de pessoas melhores do que ele, no entanto, o remédio para o Brasil nos dias de hoje é ele. “Eu sei que existem milhares de pessoas pelo Brasil melhores do que eu. Mas no momento só temos 13 candidaturas. Você tem 13 nomes. Não dá para votar no Augusto, ele não é candidato. Analisa, não se abstenha. Eu sei que vocês estão decepcionados com a política. Mas a chance é essa. Se continuar alguém do “centrão” ou do PT, você sabe qual é o destino. Estamos exatamente no mesmo barco. Vamos mudar o Brasil”, finalizou.

Confira a entrevista na íntegra

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