A medida ainda nem foi confirmada, mas já gerou preocupação entre produtores mato-grossenses. Diante de um período de seca que já dura dois anos – e que foi ainda mais forte no ano passado – o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estaria cogitando abrir a importação de bovinos e bubalinos de países de fora do Mercosul.
O temor de entidades que representam esses produtores é não saber quais são as regras sanitárias desses países e se esses animais estão livres da febre aftosa. A última vez que Mato Grosso registrou um caso, foi há mais de 25 anos.
“Abrir para a importação nos colocaria em risco. Pode ocorrer a reinserção de doenças entre o nosso rebanho e isso é algo que nos preocupa”, diz o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Jr.
Em julho de 2019, o Mapa estabeleceu regras para a importação de bovinos e bubalinos de países que integram o Mercosul. Elas valem tanto para animais adquiridos para abate imediato, quanto para gado de engorda.
A informação de que haverá abertura de importação para países fora do Mercosul não confirmada pelo Ministério.
O Brasil conta com um serviço de defesa sanitária certificado e auditado pela Organização Mundial da Saúde Animal, o que permite aos produtores daqui comercializar a carne com mais de 150 nações.
A importação de animais, por vezes de origem onde não se observa o mesmo critério, é algo que poderia prejudicar esse comércio, na avaliação da Acrimat.
O preço da carne vai baixar?
Para o presidente da Acrimat, nada mudaria em relação aos preços da carne bovina no mercado.
“A oferta de animais prontos pode resolver a situação de determinado frigorífico, de certa região por uma ou duas semanas”, ele pontua.
Mas Oswaldo Pereira reconhece que a falta de animal pronto para o abate é uma realidade.
“As chuvas estão voltando agora e a recuperação de pasto, só agora, está se mostrando eficiente. Isso nos dá a segurança em dizer que até março ou abril teremos animais prontos”.
Do total do rebanho mato-grossense – hoje cerca de 30,1 milhões de cabeça – 85% são criados em pasto e 15% em confinamento.
“É sempre bom lembrar que a pecuária é uma atividade de produção e de médio e longo prazo, portanto estes animais prontos hoje já estavam programados há três, quatro anos. Então, o que temos hoje é porque o pecuarista trabalhou e planejou e não por especulação”, ele concluiu.
(Com Assessoria)