Os torcedores do Flamengo estão em polvorosa e os vendedores de produtos, ainda que tenham um outro time no coração, também. É que a equipe rubro negra é líder isolada na disputa do Campeonato Brasileiro e, de acordo com os saldos da tabela, pode se tornar campeã antecipadamente: já neste domingo.

Mas antes, no sábado (23), tem a final da Copa Libertadores da América para vencer. O jogo será contra o River Plate, no estádio Monumental “U”, às 16h (horário de Brasília).

Com os torcedores vivendo um “relacionamento sério” com o time, quem comercializa os produtos do Flamengo aproveita a ocasião.

Gerente da loja oficial em Cuiabá, que fica no Pantanal Shopping, Vitor Igor Ferreira disse que, em relação ao ano passado, as vendas aumentaram em 100%.

“Nossa sorte foi que o time já vinha fazendo um bom trabalho no ano passado. É que os pedidos são feitos com um ano de antecedência e o palpite do proprietário da loja foi de dobrar o número de produtos”.

Vitor diz que muita gente chega lá dizendo que “o time está merecendo”. A partir daí, vão se animando, compram para si, comprando para presentear.

“Quando vão ver, já compraram umas quatro camisetas oficiais. Mas torcedor fiel sabe que esse R$ 1 mil foi de investimento em produto licenciado”.

Mas também dá para comprar uma camiseta legal por menos. As de passeio saem, em média, por R$ 79.

O item mais caro da loja é um relógio do Júnior: custa R$ 1 mil.

Dá para vestir dos pés à cabela e ainda, tem produtos até para tomar uma bem gelada no estilo (Foto: Ednilson Aguiar)

A equipe é bastante engajada e todos torcem para o Flamengo, então, o trabalho se tornou agradável e, motivados, os vendedores também investem em estratégias para fidelizar os clientes.

A vendedora Mayane Martinez tem um grupo de WhatsApp com 237 clientes realmente dedicados ao time.

“Divulgo promoções, novidades. Mas em grande parte, todos os assuntos giram em torno do time”.

Quem está no grupo ainda é contemplado com promoções que ela faz.

“Duas promoções estão em curso, uma do Brasileirão e outra da Libertadores. No primeiro caso, quem acertar o placar e os autores dos gols vai ganhar uma camiseta oficial”.

(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

E tanto Mayane quanto Vitor estão ansiosos pelo jogo, afinal, são bem apaixonados. Mas Vitor, tem que controlar um pouco as emoções.

“Primeiro que eu tenho que sentar ‘naquele’ cantinho do sofá, que é o da sorte. E segundo que… não posso me exaltar muito que a pressão cai e é só nestes termos que isso acontece. Fico sempre com um copo de água do lado”, ele se diverte contando.

Paulistanos nas ruas

E não é só no shopping que se vê mais vermelho e preto, ultimamente. Camisetas e bandeiras se agitam nos varais pelos canteiros da cidade.

Na Avenida do CPA, nesta quarta-feira (20), três pontos enchiam os olhos dos flamenguistas que passavam nas imediações do Centro Político.

Nestas lojas a céu aberto, torcedores dos times paulistas deixam o revanchismo de lado para garantir a fonte de renda.

“Eu não tenho problema com isso. Sou profissional”, diz o são-paulino Diego Araújo.

Ele conta que, assim como os outros vendedores que estavam nas proximidades, ele vem da Capital paulista e viaja por várias cidades brasileiras vendendo os produtos.

“Fico aqui até sexta-feira (22), pois no sábado (23) vou para a Arena Pantanal, onde vai ser feita a transmissão do jogo contra o River Plate. Depois, volto para o ponto de novo”, anuncia.

Sobre o critério de escolha da Capital mato-grossense para comercializar os produtos do Flamengo, outro vendedor, Rodolfo Ferreira, diz que é “porque me disseram que aqui tem muito flamenguista”.

Entre uma resposta e outra, ele ia atendendo os clientes que chegavam a todo momento, caso do motorista Moisés da Costa.

O flamenguista estava ali para comprar uma camiseta para a filha, Mariana, que gostou logo da versão rosa neon.

“Ela vai a uma festa de aniversário com temática de futebol, daí todo mundo tem que ir com a camiseta do seu time”.

Moisés, bastante empolgado com a fase atual do Flamengo, faz sua aposta para o sábado: “vai ser 3×0″, 2 de Bruno Henrique e 1 do Gabi Gol”, profetizou.

A alguns passos dali estava o vendedor Anderson da Mota. Depois de um breve chuvisco, colocando de volta os itens no varal.

Assim como os outros, como sotaque paulistano carregado, pergunto se é difícil para ele passar os dias vendendo produtos do Flamengo.

“Ih, podia ser pior. Podia ser do Palmeiras”, ele riu. “Mas também não tem problema, afinal, a gente vive disso. Vendemos de todos os times”.

Ele está com outros quatro companheiros hospedado na casa de um amigo.

“A gente vive assim: faz a estamparia, daí tem uma pessoa para costurar e outra para bordar. Daí a gente sai por várias cidades para vender os produtos. Vamos a estádios, vamos a todo lugar”.

E o que o atraiu a Cuiabá?

“Me disseram que tinha mais flamenguista que a própria população”, ele disse às gargalhadas.

Por ali, a auxiliar de cozinha, Rosilaine Martins já vai escolhendo sua camiseta, que vai custar R$ 40.

“Eu ainda não tenho dessa verde [neon]”. Como assim? “Ah, eu tenho umas 12, de todas as cores, mas essa eu ainda não tinha. Tenho copo, toalha… tem de tudo lá em casa”, diz a flamenguista apaixonada e que não vê a hora do seu time do coração conquistar os dois campeonatos mais importantes da temporada.

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