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Bloqueios pró-Bolsonaro caem no restante do Brasil, porém aumentam em MT

Diretoria nacional da PRF diz que o uso da força será última alternativa para o desbloqueio das rodovias, mesmo após decisão do STF

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Bloqueios pró-Bolsonaro caem no restante do Brasil, porém aumentam em MT
Manifestação na Rodovia dos Imigrantes (Foto: reprodução)

As ações do movimento pró-Bolsonaro nas rodovias do Brasil estão se dissipando gradativamente, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que realizou uma entrevista coletiva para passar o balanço nacional das ações no final da manhã desta terça-feira (1º) .

Segundo os dados apresentados, no pico das incidências, às 23h30 desta segunda-feira (31), eram 421 ocorrências e, agora, não passam de 267, o que aponta para uma queda de 36,5%. Dentre os locais monitorados, 42 são pontos de concentração de pessoas, 89 bloqueios totais de rodovias e 136 interdições parciais.

A redução no entanto, não ocorreu em Mato Grosso. Desde o domingo (30) de eleição, os pontos de protesto de multiplicam. No primeiro dia, eram 5. Já na segunda-feira (31), chegaram a 14 e, hoje, somam 26, conforme relatório da Superintendência Regional de PRF em MT.

Em alguns deles, nem mesmo ambulâncias estavam conseguindo a passagem e, por enquanto, este número é o único dado repassado pela unidade regional da instituição.

Multas e prisões

Na coletiva, a PRF informou que já foram realizadas prisões, mas não soube precisar o número. No que diz respeito as infrações de trânsito, foram 172 multas aplicadas até a meia noite de segunda-feira(31) em todo o país.

Valor das multas aplicadas

As pessoas eram autuadas por bloquear a via pública – R$ 5.869 – e por atuar como organizador do movimento – R$ 17.608.

Com relação as multas acrescidas estabelecidas na decisão do Superior Tribunal Federal (STF), que seriam de até R$ 100 mil, os inspetores esclareceram que trata-se de uma multa judicial e que todos os autos de infração serão encaminhados para a Justiça, que decidirá onde cabe ou não a penalidade.

Denúncia de participação e omissão de inspetores

De acordo com a PRF, todos os vídeos que denunciam a suposta conduta ilegal de agentes da polícia estão sendo investigados pela Corregedoria do órgão. As pessoas identificadas foram chamadas para uma conversa orientativa, tiveram um processo disciplinar aberto, mas voltaram ao trabalho,  porque a instituição precisa de todo efetivo disponível para contornar a crise.

Entre os vídeos que circulam pelas redes sociais está o de policiais falando aos manifestantes que estavam ali apenas para acompanhar e não multar ou desbloquear a pista, além de um em que o agente ajuda integrantes do protesto a cortar uma cerca.

Nem todos são manifestantes

Mesmo diante das denúncias, os dirigentes alegam que não houve omissão da polícia e que o trabalho é muito complexo, porque muitas pessoas estão paradas no bloqueio, mas não querem estar lá.

Em alguns casos, são coagidas e ameaçadas pelos integrantes da barricada.

Além disso, muitos caminhoneiros estão com a família e há presença de crianças, o que torna o uso da força a última alternativa, na avaliação dos inspetores.

Prioridades

A estratégia da PRF prevê como prioridade o acesso a portos e aeroportos. Depois, segue na linha de emergências os pontos de escoamento de produtos por conta da ameaça de desabastecimento em algumas cidades. E, depois, os corredores com grande fluxo de passageiros.

Com relação aos Estados mais distantes, a diretoria justifica a demora das ações devido ao tempo de deslocamento e a falta de efetivo.

A Polícia Federal, as Forças de Segurança Nacional e as policias estaduais estão sendo convocadas a ajudar conforme a necessidade.

Decisão

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal votou, nos primeiros minutos desta terça-feira (1º), para confirmar a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, que determinou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e às polícias militares dos Estados o desbloqueio das rodovias brasileiras. O entendimento é que a ocupação é irregular por parte dos manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro.

A decisão prevê ainda multa de até R$ 100 mil para pessoas que estiverem participando dos bloqueios, organizando ou dando suporte a ação.

O que diz a PRF em MT?

A equipe do LIVRE entrou em contato com a assessoria de imprensa da PRF e até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.

O espaço continua aberto para manifestações.

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