A morte do bebê de 8 meses, vítima de coronavírus em Mato Grosso, deve ser apurada pelo Ministério Público Federal (MPF). É que a criança era indígena da etnia Xavante. A morte ocorreu no dia 11 de maio e foi divulgada pelo governo do Estado na terça-feira (19).
O órgão ministerial quer saber se a família do bebê participou de um evento esportivo que reuniu cerca de mil índios na Aldeia Namunkurá, Reserva Indígena de São Marcos. A aldeia fica em Barra do Garças (515 km de Cuiabá).
O evento – um torneio de futebol – comemorou a fundação da aldeia, no dia 9 de maio, dois dias antes da morte da criança, registrada em Alto Boa Vista.
Segundo o MPF, “freteiros” foram contratados para o transporte dos índios até o local. Entretanto, não havia autorização para a entrada deles na aldeia.
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Antes da realização, o órgão chegou a solicitar o cancelamento do evento. O pedido, porém, não foi atendido.
O MPF também vai investigar os responsáveis pela organização e os patrocinadores.
Há suspeitas de que possíveis pré-candidatos a cargos eletivos tenham participado da comemoração. Eles também serão acionados.
Fotos e vídeos do torneio foram encaminhados como provas ao MPF.