O governador Mauro Mendes (DEM) elogiou a decisão do presidente Jair Bolsonaro de criar um comitê para combate à pandemia, mas disse que a medida chegou tarde. Segundo ele, o país hoje lida com problemas do contágio gerados, em parte, pela postura do governo federal frente à crise.
“Eu tenho evitado fazer críticas nesse momento de crise para não aumentar o caos. Mas é evidente que essa conversa [sobre ação nacional coordenada] poderia ter sido feita bem antes. É fato que a falta de liderança e o modelo de mentalidade do presidente influenciou as pessoas. Batemos muito a cabeça”, disse Mendes em entrevista à CBN São Paulo, nesta quinta-feira (25).
O governador citou como exemplo a região do agronegócio em Mato Grosso, “onde as pessoas não querem nem ouvir falar em distanciamento social” e paralelamente a opinião pública é a favor do presidente Bolsonaro.
Esse comportamento refletiria no baixo nível de isolamento e na maior circulação do vírus. Pesquisa divulgada esta semana mostra que Mato Grosso tem o pior índice do país, com taxa abaixo de 40%.
“Essa nova cepa [do novo coronavírus] é mais virulenta do que prevíamos, e agressiva. Se há menos isolamento, há mais risco de contágio e, se o vírus é mais violento, o risco de casos graves cresce”, pontuou.
O comitê para enfrentamento foi anunciado nesta quarta-feira (24) pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele reuniu em encontro alguns governadores aliados, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, e o ministro de Saúde, Marcelo Queiroga.