No início de março, o governo de Mato Grosso decretou toque de recolher a partir de 21h em todo o Estado. A ideia era conter o avanço da doença, que colapsou o sistema de saúde. A restrição no horário afeta diretamente o funcionamento de bares e restaurantes.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MT), que representa a categoria, vê as restrições com “preocupação” e pediu que a medida seja revista.
As perdas do setor são o argumento para o sentimento: “o setor vem pagando a conta sozinho”, argumenta. Alguns estabelecimentos, segundo a entidade, estão há quase 30 dias fechados.
Em nota, a entidade afirma que medidas como o toque de recolher podem gerar ainda mais danos à economia já fragilizada.
“A associação insiste que a medida coloca a sociedade em risco, gerando falências, desemprego, estresse e caos social apenas para evitar aglomerações em locais pontuais da cidade, que poderiam facilmente ser fiscalizados e punidos, tendo como alternativa a suspensão do alvará do estabelecimento infrator”, argumenta.
Para a Abrasel, a atividade noturna de bares e restaurantes não é responsável pela disseminação do vírus. Como consequência do fechamento, o toque de recolher promove outros tipos de aglomerações.
“As pessoas irão se encontrar em reuniões privadas, sem o controle da fiscalização e o afastamento observado pelos restaurantes”, continua, apontando ainda os encontros familiares e de jovens em chácaras e condomínios, como “verdadeiros focos de contaminação”.
Sem se dirigir o pedido, a entidade finaliza a nota propondo autorização para o funcionamento noturno dos restaurantes e reforço na fiscalização para intensificar as punições aos infratores.