Cidades

Bandeiras do movimento LGBTI são arrancadas da fachada do MISC e polícia deve ser acionada

2 minutos de leitura
Bandeiras do movimento LGBTI são arrancadas da fachada do MISC e polícia deve ser acionada
(Foto: Luiz Alves)

As bandeiras coloridas que decoravam a fachada do Museu de Imagem e do Som de Cuiabá (Misc) desde o final de setembro, vem sendo arrancada por vândalos nas últimas semanas. A decoração, inspirada nas cores do arco-íris, faz referência à mostra de artistas LGBTQI+ “Viver é um Ato Político: Nossa Arte é Nossa Voz”, e foi instalada no edifício histórico quando a exposição foi inaugurada.

À assessoria da Prefeitura de Cuiabá, o diretor do Misc, Cristóvão Gonçalves, contou que ele e sua equipe chegaram a ser interpelados por cidadãos, que questionaram decoração. “Reparamos que as bandeiras das janelas mais baixas sumiram primeiro. Pensamos que seria acidente. Mas depois o mesmo aconteceu nas janelas mais altas”, diz.

Diante dos fatos, a Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo garantiu que um boletim de ocorrências será registrado e que o caso deverá ser investigado pela Polícia. “Não podemos dizer o que motivou a ação. Contudo, a depredação do patrimônio público é crime e deve ser investigada pelas autoridades competentes”, explica o secretário adjunto de Cultura, Justino Astrevo.

A Prefeitura de Cuiabá repudiou ainda o que considerou um ato de intimidação, intolerância ou violência, praticado contra indivíduos ou grupos. “Nesse contexto o Misc destaca seu compromisso de abrigar as mais variadas formas de expressão, dando oportunidade para que diferentes artistas ocupem o espaço e promovam seus trabalhos”.

À época da abertura, o curador da mostra, Rodolfo Carli falou sobre a importância da mostra como fruto do trabalho de LGBT’s. “A questão é reforçar a existência desses cidadãos, que ainda vivem rodeados de preconceitos e desigualdade. Nós estamos aí no mercado, nas escolas, nos museus, nos teatros, repartições públicas, como todo mundo. O Intuito é incluir, não separar”, ressaltou Carli.

Cristóvão reforçou que o registro e a denúncia desse tipo de ato é importante para que a população encontre esperança em momentos de polaridade. “Muitos LGBTQI+ estão sendo exterminados, mortos pelo preconceito, violência ou suicídio. Nosso papel é abrir este espaço para incentivá-los a resistir e pra que, a população que ainda têm ressalvas, possa conhecer sua produção. A ideia é que a sociedade reconheça esta contribuição para cultura regional”.

(Com assessoria)

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes