Com grande parte das produções da soja e milho já comercializadas, os produtores de Mato Grosso amargam redução nas negociações e registraram, em abril, a menor média mensal de vendas desde o ano passado. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a baixa é pautada pelo recuo nas cotações das commodities na Bolsa de Chicago (CME).
Diante desse cenário, os produtores viram as negociações da safra 18/19 da soja – que já possui 71,8% do volume produzido comercializado – avançar apenas 5% durante o mês de abril, se tornando a menor média registrada desde novembro do ano passado. Por esse motivo, o valor médio mensal pago pela saca fechou em R$ 62,59, um recuo de 2,43% em comparação ao mês anterior.
Para conseguir lucrar nesse cenário, os produtores “assim como nos meses anteriores, têm realizado suas vendas para cobrir suas despesas, e também já pensando em liberar espaço nos silos, tendo em vista que a colheita de milho deverá ser iniciada nos próximos dias”, aponta o relatório do Imea.
Já o milho safra 18/19 somou, em abril, o menor volume mensal de vendas deste ano. Apresentou redução de 1,02% nas cotações da Bolsa de Chicago e “acabou por impactar negativamente os preços do cereal mato-grossense e desmotivar novos negócios”, diz o boletim.
O pequeno avanço de 3,8% da comercialização do milho resultou no alcance de 62,2% de toda produção estimada e o preço médio de R$ 19,91, pagos por saca.
Safra 19/20
A comercialização da safra 19/20 da soja não sofreu grande impacto, pois, avançou 4,1% de modo que 12,3% da safra já foi vendida com preço médio mensal de R$ 64,60, apresentando baixa de 1,9% ante o mês anterior.
Já as negociações da safra de milho estão em melhor situação, pois a “comercialização da nova safra está adiantada em relação ao mesmo período da safra anterior em 5,07 pontos percentuais”, diz o Imea.
Apesar do bom desempenho nas tratativas, o instituto faz um alerta para o mês de maio. “É importante que o produtor mato-grossense continue atento aos melhores momentos para negociar, visto que os preços do cereal podem ser pressionados com a aproximação da colheita e entrada de oferta no Estado, em conjunto com o recente recuo nas cotações do cereal na bolsa de Chicago”, pontua.