Os consumidores de Mato Grosso já não sabem mais onde economizar diante do novo aumento na conta de energia elétrica anunciado nesta terça-feira (03). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu que a conta da energia no estado ficará R$ 13,98% mais cara. A medida afetará principalmente os consumidores desempregados e aqueles que já economizavam para pagar a conta.
Este é o caso da dona de casa Marenil Magalhães, de 49 anos, que mora em Várzea Grande. Desempregada há três anos, Marenil sobrevive de trabalho informal e tem dificuldades para economizar. Mesmo enquadrada na faixa de consumidores de baixa renda, sua conta chega aos R$ 100 e a obriga a economizar o máximo possível.
“Simplesmente não tem como mais economizar com este aumento. Eu tenho dois ventiladores e uma máquina de lavar. A máquina eu já não uso tanto que é para não ter gasto”, lamenta ela.
Quem também está no limite da contenção de gastos é a gerente de recursos humanos, Miriam Pereira, 53. Ela conta que já deixou de utilizar um dos três ar-condicionados que tem em casa e que, com o aumento, vai ter de dormir junto do filho em um único quarto, para usar apenas um único aparelho de refrigeração.
“O pior é que eu tenho uma doença que me obriga a tomar banho quente, por conta do relaxamento muscular, com o aumento eu vou ter de cortar até o chuveiro elétrico”, reclama Miriam.
O presidente da Energisa, Riberto Barbenera, afirmou aos jornalistas nesta terça-feira (03) que o aumento é resultado de uma avaliação feita pela Aneel no contrato com a concessionária a cada cinco anos.
“O que acontece é que neste ano de revisão tarifária a agência leva em conta todas os investimentos feitos pela concessionária, olha para as despesas e estabelece uma nova tarifa”, explicou ele. Segundo Barbenera, a Energisa investiu mais de R$ 1 bilhão nos últimos cinco anos no estado, na tentativa de ampliar a rede elétrica e melhorar a qualidade.
O aumento começará no dia 8 de abril deste ano e vai se estender até o dia 7 de abril de 2019, quando será realizada uma correção através do índice de inflação, que poderá ser menor ou maior. Uma nova revisão do tipo só será analisada em 2023.