Os cinco policiais militares acusados de participar do esquema de interceptação telefônicas ilegais no Estado – que ficou conhecido como “Grampolândia Pantaneira” – vão ser ouvidos de novo em audiência, marcada pelo juiz da 11ª Vara Criminal Especializada Justiça Militar, Murilo Moura Mesquita, para dia 27, às 13h30.
Os réus são os coronéis da Polícia Militar Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros e Zaqueu Barbosa; o tenente-coronel da PM Januário Antonio Edwiges Batista e o cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correa Junior.
O governador Pedro Taques (PSDB) e seu primo e ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, não serão convocados a prestar esclarecimentos na audiência. O juiz Murilo Mesquita indeferiu o pedido apresentado pelo cabo Gerson.
A defesa do militar queria que os dois fossem obrigados pela justiça a comparecer em juízo para explicar seus supostos envolvimentos na “Grampolândia Pantaneira”. Isso porque na audiência realizada na madrugada do dia 28 de julho Gerson revelou que Pedro e Paulo Taques seriam os interessados no esquema.
“No que tange ao pedido da defesa do CB PM Gerson para que sejam inquiridos Paulo Cesar Zamar Taques e José
Pedro Gonçalves Taques, tal pleito já foi apreciado e rejeitado pelo Conselho de Especial de Justiça em sessões instrutórias realizadas em 2.3.2018 e 16.3.2018”.
Ao revelar detalhes, o cabo Gerson disse que inclusive foi Paulo Taques quem pagou a ele o valor R$ 50 mil para que a central de escutas entrasse em atividade. À época, Paulo Taques era coordenador da campanha de Pedro Taques.
Sobre o testemunho do cabo, a defesa de Paulo Taques nega as acusações e informa que se pronunciará nos autos.
Já o Governo do Estado informa que o governador Pedro Taques determinou a apuração de todos os fatos relacionados às supostas escutas telefônicas clandestinas assim que a denúncia chegou ao conhecimento dele, em 2015, garantindo independência das Polícias Civil e Militar nas investigações.
O Governo do Estado ressalta ainda que o governador Pedro Taques solicitou ao Superior Tribunal de Justiça que ele próprio fosse investigado neste caso para comprovar, perante a Justiça, que não teve qualquer envolvimento nos fatos narrados por terceiros.
