Cuiabá

Atropelamento em Cuiabá: sindicato pede investigação contra leitores que criticaram peritos

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Atropelamento em Cuiabá: sindicato pede investigação contra leitores que criticaram peritos
Myllena Inocêncio (à esq.) morreu no local, Ramon Viveiros e Hya Giroto estão em estado grave

O Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais (Sindpeco) anunciou que vai pedir à Polícia Civil que investigue os leitores que criticaram, nas redes sociais de sites de notícias, os peritos que atestaram que a professora Rafaela Screnci, que atropelou três jovens na madrugada de domingo (23), em Cuiabá, não estava embriagada.

O Sindpeco tachou os comentários de calúnia, difamação e injúria, e viu “indícios de crime, quando a opinião passou a ser acusação sem qualquer prova de que a profissional teria recebido vantagens financeiras para elaboração do laudo”. A entidade informou que vai registrar boletim de ocorrência e pedir investigação à Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat) da Polícia Civil.

“Nada que o perito diz pode ser baseado em ‘achismos’, mas naquilo que analisou, de acordo com o que a ciência diz que deve ser analisado em cada caso. Não existe qualquer tipo de suborno ou propina no sentido de direcionar o trabalho dos peritos, essa é uma acusação séria e os responsáveis por fazê-la tem o dever de provar! Todo laudo pericial é um documento público escrito pelas mãos do próprio profissional, que em cada caso coloca toda sua experiência e o peso da própria carreira, além de assinar seu próprio nome na peça, que vai ser lida, estudada e discutida minuciosamente pela justiça e inclusive por outros peritos”, disse o presidente do sindicato, Antônio Magalhães, por meio da assessoria.

O perito destacou que, pelo fato de ter sido realizado horas depois, é natural que o exame não demonstre o estado de embriaguez da pessoa no momento do acidente.

“O perito oficial tem por dever descrever aquilo que está vendo, no momento em que foi solicitado. É natural, no caso em questão, que um exame clinico de embriaguez realizado horas depois da ingestão da bebida alcoólica não reflita o estado mental do suspeito lá atrás, no momento do último gole. Cabe ao perito, portanto, dizer no laudo pericial as dificuldades que encontrou no momento dos exames e as consequências disso para a investigação, o que foi perfeitamente realizado pela perita do caso”, defendeu.

Entenda o caso

Na madrugada de domingo (23), a professora de biologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Rafaela Screnci atropelou três jovens na avenida Isaac Póvoas, no Centro de Cuiabá, em frente à boate Valley Pub.

Hya Girotto Santos, 21 anos, Ramon Alcides Viveiros, 25 anos, e Myllena de Lacerda Inocêncio, 22 anos, foram atropelados e arremessados. Hya está em estado grave, aguardando cirurgia cardíaca, Ramon teve danos irreversíveis no cérebro, e Myllena morreu pouco depois do acidente.

A professora parou poucos metros depois, em frente à barraquinha do Zé Dog, onde foi presa. Ela passou por uma audiência de custódia na tarde de segunda-feira (24), pagou fiança de R$ 9.540 e está em liberdade.

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