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Atleta de MT vai à China para campeonato internacional de estilingue

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Atleta de MT vai à China para campeonato internacional de estilingue

De tradicional brincadeira de criança, a prática do estilingue se renova, agora como esporte. E os mato-grossenses podem se gabar: têm representatividade mundial.

O atleta Alberto Alves do Nascimento, o Betão, que mora em Chapada dos Guimarães (a 65 km de Cuiabá), tem protagonizado disputas com atletas europeus e asiáticos. Agora, se prepara para o Campeonato Internacional, que ocorre entre os dias 15 e 17 de novembro, na China.

Betão é peça importante na divulgação do esporte no Brasil e na América Latina. E conta com a parceria de outros grandes entusiastas: “preciso destacar o engajamento de outros atletas brasileiros que são Jefferson e José, o ‘senhor Estilingue’ – ambos de Santa Catarina -, e Roni, de São Paulo”.

Além da batalha por reconhecimento – que lhe garantiria apoio financeiro para participar das competições – ele tem realizado uma verdadeira cruzada pela popularização do esporte em Mato Grosso.

Encabeça projetos sociais no Centro de Treinamento e Competição de Estilingue e ainda, em escolas de Chapada, ensinando crianças e adolescentes.

Equipamento “profiça”

Betão sonha com o dia em que o estilingue vai ser tão popular entre os jovens, quanto é o futebol. Ele mesmo trocou as chuteiras e o gramado, pelo “brinquedo artesanal” – que é bem mais profissional do que muitos imaginam.

“Sim, o estilingue profissional é mais elaborado. O ‘tiro’ é com uma esfera de aço e a base é feita com cerejeira – de reflorestamento – moldado especialmente para o atleta. E além disso, varia o tamanho do látex, de acordo com a ‘puxada’ (braço) de cada competidor”.

[Olha só essa galeria de estilingues “diferentões”]

E segundo Betão, o esportista não disputa contra outra pessoa. “É você contra você”, resume.

Na competição é definida a quantidade de disparos e, então, é avaliado o saldo de acertos de cada competidor.

Patrocínio

Mas Betão reclama: “mesmo que o estilingue tenha sido regulamentado como bem imaterial em Cuiabá e reconhecido no âmbito estadual, muita gente não nos leva a sério”.

É por isso mesmo que, quando tem que participar de campeonatos mundiais, como o Internacional da China, Betão arcar sozinho com todos os custos. A alternativa é contar com a solidariedade de parceiros que realizam doações.

Para essa viagem, ele está rifando 1 milheiro de tijolos. Cada bilhete custa R$ 100.

Para empresas interessadas em apoiá-lo, Betão estabeleceu um valor de R$ 500 com a promessa de levar a marca para o oriente. “É que vou divulgar a marca no uniforme”.

Representatividade

Desde 2014, Betão viaja todo ano para a Espanha. Ele se aperfeiçoou em Astúria, uma das cidades que mais levam a sério a prática do estilingue como esporte.

Neste meio tempo, criou o Centro de Treinamento em Chapada dos Guimarães. Lá, além de crianças e adolescentes, estimula a participação de cadeirantes e deficientes visuais.

Hoje, uma dos maiores desafios é consolidar a federação dos esportistas. “Preciso montar mais clubes. Já fui até ao programa da Fátima, na Globo, para divulgar o esporte. Mas algumas pessoas ainda fazem chacota. É muito triste isso”.

A sorte de Betão é ter como refúgios a Espanha e a Itália, onde há muitos competidores. Neste país, em 2016, ele ajudou a motivar a realização do primeiro mundial, que foi na cidade de Gualdo Tadino, a três horas de Roma.

Participaram do projeto junto com ele, Marcos Brunetti e equipe, anfitriões do primeiro mundial.

O primeiro grande prêmio veio em 2015, um ano antes, quando Betão participou de um campeonato na cidade de Baracaldo, na Espanha. Nessa ocasião, alcançou a primeira classificação estrangeira na copa tão dominada por europeus.

“Já em 2017 não consegui ir, mas não faltei ao Mundial da Itália, que foi em 2018”, ele conta.

Agora, Betão faz um apelo aos mato-grossenses: “preciso muito competir para manter a representatividade brasileira nessa competição”, diz o atleta que já foi secretário municipal de Esporte de Chapada, em 2013, e coordenador de esporte do Lions local.

A propósito, tudo começou com um evento criado pela entidade. A pedido da diretoria, o atleta internacional foi o responsável técnico pelo campeonato de estilingue.

Logo, a ideia evoluiu e fez nascer o Centro de Treinamento, que fica no Templo das Artes. “Graças ao apoio do doutor Caíque e Alexandre Barão, que nos concedem este espaço. Atualmente, nosso clube possui 60 atletas amadores”, conta.

E ao que tudo indica, está aí a projeção e futuro do esporte em solo mato-grossense. Betão aposta nisso.

Se você puder colaborar, entre em contato com Betão, pelo (65) 9 9230-9632.

Ah! E fica a dica: se você quiser arriscar a mira e começar a treinar, no Shopping Popular, os boxes de pesca, caça e camping comercializam estilingues do tipo tradicional.

E claro, Betão está pronto para te ajudar.

 

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