Ativistas de esquerda devem desembarcar no Brasil no dia de 15 agosto para tentar barrar o andamento do projeto da ferrovia Ferrogrão. São representantes de entidades ligadas à Internacional Progressistas que tentam nova investida contra a ferrovia que escoará a soja do Brasil.
Conforme informações da agência Folhapress, o coordenador-geral da organização, economista americano, David Adler, disse que a delegação está sendo fechada e deve incluir parlamentares da Espanha e Alemanha, lideranças indígenas dos EUA, ativistas ambientais e sindicalistas. Também deve haver representantes de países latino-americanos
“Vamos com uma ambição clara: queremos derrotar esse projeto. Se houver atenção e escrutínio internacionais, podemos enterrar a Ferrogrão”, diz Adler.
A pressão mais acirrada dos ativistas começou na semana passada com o envio de uma carta a instituições financeiras, com o pedido de barrar crédito para construção da Ferrogrão.
A carta foi assinada por cerca de 40 entidades da sociedade civil e de pesquisa. Eles alegam que a construção da ferrovia poderá gerar desmatamento do tamanho do Estado de São Paulo.
Projeto
A Ferrogrão é um dos projetos mais defendidos pelo governo federal e por empresários do agronegócio. Os trilhos, com cerca de mil quilômetros de extensão, ligarão Sinop (505 km de Cuiabá) ao porto de Miritituba, no Pará.
Em visita a Cuiabá na sexta-feira (16), o ministro de Transporte, Tarcísio Gomes, disse que o projeto está orçado em cerca de R$ 17 bilhões, com investidor já previsto. Segundo ele, a ferrovia está travada por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).
“É uma das ferrovias que mais tem sofrido ataques. O Brasil é o único país no mundo que é preciso explicar por que uma ferrovia é necessária. A alternativa à Ferrogrão seria duplicar a BR-163, que causaria maior impacto ambiental. Isso não é dito”, afirmou.