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Até 128 lombadas no trajeto: saiba por que o tempo de espera pelo ônibus só aumenta em Cuiabá

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Até 128 lombadas no trajeto: saiba por que o tempo de espera pelo ônibus só aumenta em Cuiabá
As faixas exclusivas não foram suficientes para reduzir o tempo de viagem e de espera pelos coletivos (Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

As três faixas exclusivas para o tráfego de ônibus em Cuiabá não têm sido suficientes para reduzir o tempo de viagem de quem precisa do transporte coletivo. Um levantamento da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU) – divulgado aqui com exclusividade pelo LIVRE – mostra, na verdade, exatamente o contrário.

Nos últimos três anos, a velocidade média dos ônibus reduziu em 22%. A média tem sido de 14 km/k e os motivos são vários. Conforme a MTU, um exemplo são as lombadas.

Em um único mês de operação, se somadas todas as viagens, os 359 veículos do transporte coletivo da Capital passam por quebra-molas mais de 5 milhões de vezes.

O aumento no tempo de viagem – e consequentemente de espera pelo ônibus – aumentou, principalmente, nas linhas mais longas. Em 2017, a linha 301 (Bairro Jardim Vitória/Centro) era percorrida em 1 hora e 17 minutos. Hoje, o mesmo trajeto não é concluído antes de 1 hora e 38 minutos. Um acréscimo de 27%.

Motoristas e passageiros têm gastado, em média, 22% a mais de seus tempos nos trajetos (Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

No outro eixo da cidade, a linha 711 (Bairro Pedra 90/Centro) levava 2 horas para ser completada em 2017. Agora, motoristas e passageiros passam 23 minutos a mais dentro do ônibus. Um aumento de 23%.

Gerente operacional da empresa Pantanal Transportes, Marcos Assis, revela que o pior caso, contudo, é o da linha 309 (Residencial Pícole/Praça Maria Taquara). São pouco mais de 32 quilômetros que os ônibus não conseguem vencer antes do tempo mínimo de 2 horas e 15 minutos.

Há três anos, o mesmo percurso levava 1 hora e 42 minutos, em média. “É muito desgastante para os trabalhadores do transporte coletivo e para os passageiros principalmente”, Marcos Assis lamenta.

Lombadas e buracos

Os 359 ônibus que atendem o sistema de transporte coletivo de Cuiabá rodam, diariamente, quase 79 mil quilômetros. São 2.890 viagens em 80 linhas determinadas pela Secretaria de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob).

E nesses caminhos o que não falta são lombadas.

Quanto mais tempo o ônibus demora para percorrer o trajeto, mais tempo o usuário fica no ponto esperando (Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Do Osmar Cabral até a Rodoviária, o ônibus que percorre a linha 503 passa por 75 quebra-molas a cada viagem. Do Três Barras ao Porto, a linha 319 soma 71. E os motoristas da linha 308, que sai do Terminal do CPA III, precisam reduzir a velocidade 62 vezes antes chegar no ponto final.

Os piores trajetos nesse quesito, todavia, são os que saem da região do Coxipó. A linha 103 (Cidade Verde/Jardim Imperial) tem 93 lombadas. A 609 (Parque Cuiabá/ Santa Izabel) conta com 116. E a campeã é a linha 517 (Santa Laura/Centro) com 128 quebra-molas no caminho.

Quando não são as protuberâncias na pista, os buracos são problemas a serem enfrentados. E engana-se quem pensa que isso ocorre só nas periferias. O problema nas regiões mais afastados do centro, segundo Marcos Assis, é maior. Mas não exclusivo.

Prejuízo para todos

Conforme o gerente, os buracos na área destinada para a parada dos ônibus em frente ao Pantanal Shopping – Avenida do CPA – já fizeram muitos veículos quebrarem e ficarem por lá mesmo.

“Quando um carro é danificado e a viagem é interrompida, o prejuízo de tempo é relativo para cada linha. Pode variar entre 15 minutos até mais de uma hora de espera por outro carro”, ele explica.

Em geral, os ônibus têm a suspensão afetada ou os pneus rasgados. Há casos também, entretanto, de amassados nas portas e elevadores para cadeirantes estragados.

“Somente este ano, até agora, os custos destas três áreas representam mais de 30% no custo total da manutenção”, ele diz.

Elevadores para cadeirantes estão na lista dos equipamentos danificados pelos buracos na pista (Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

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