A Associação Comunitária de Habitação do Estado de Mato Grosso entrará com ação judicial contra a Energisa Mato Grosso até o final desta semana por conta do aumento de 13,98% nas contas de energia elétrica dos consumidores mato-grossenses. O reajuste foi estabelecido na última terça-feira (03) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O diretor executivo da Associação, João Batista Benevides da Rocha, já havia se manifestado contra o aumento na primeira audiência pública realizada pela Aneel para discutir a mudança, em fevereiro deste ano. Benevides fez diversas críticas ao serviço prestado pela concessionária e defendeu que o estudo que deu base ao reajuste deveria ser público.
“Nós já solicitamos este documento, ele está em Brasília, o consumidor mato-grossense não tem acesso a ele. Queremos saber por que houve o aumento se o serviço prestado não corresponde com o que nos é cobrado”, afirma. João Batista acredita que até o final desta semana a Associação já deve ter protocolado ação contra a concessionária.
Em reportagem anterior, O LIVRE mostrou como o aumento vai atingir os consumidores mais pobres e aqueles que já economizavam antes mesmo da elevação da cobrança. Entre as críticas de Benevides, está eventuais cobranças excessivas e a suposta falta de “publicidade” na audiência que discutiu o aumento.
“Por que os senhores donos da concessionária têm todo o luxo e o consumidor que paga não pode ter nada?”, criticou o líder comunitário. “Não é porque é uma empresa que veio de fora e comanda seis ou sete estados por aí que vai usar e abusar do consumidor”, reiterou.
Outro lado
Em anota, a assessoria de imprensa da Energisa garantiu que a revisão seguiu critérios legais e que a responsabilidade pelo processo não compete à companhia, mas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Leia a resposta completa:
A Energisa informa que as informações relativas à Revisão Tarifária foram apresentadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) durante o período de Audiência Pública, incluindo em reunião presencial no dia 22 de fevereiro, em Cuiabá. O processo de revisão segue critérios estabelecidos pela legislação vigente e por esse motivo, não cabe à Energisa se manifestar sobre o tema. Importante lembrar que a tarifa é composta pelos valores que serão repassados às empresas de Geração, de Transmissão e impostos. Apenas 24,8% da tarifa fica com a Energisa Mato Grosso para pagar funcionários e fornecedores, investir em melhorias e ampliação da rede de distribuição, entre outros.