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Associação cita “linchamento virtual” e defende desfile de adoção em MT

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Associação cita “linchamento virtual” e defende desfile de adoção em MT
(Foto: Suellen Pessetto/ O Livre)

“Muito ajuda quem não atrapalha”, escreveu em nota pública o desembargador José Antônio Daltoé Cezar, presidente da Associação Brasileira de Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj), localizada em Brasília (DF). O velho jargão popular é uma resposta às críticas ao evento intitulado “Adoção na Passarela”, realizado em Cuiabá na semana passada, e que teve repercussão nacionalmente.

Organizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso em parceria com a Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), o evento reuniu crianças e adolescentes de 14 a 17 anos que aguardam por um lar adotivo e que já foram adotadas, para um desfile. O objetivo era dar visibilidade à causa da adoção em Cuiabá. Este ano foi a segunda edição do desfile.

Na visão do desembargador, as inúmeras críticas levantadas contra os organizadores do evento não passam de “opiniões desinformadas”. Ele ainda disse que os críticos “não fazem qualquer proposta para solucionar a situação dessas crianças e adolescentes, e que se arvoram no direito de protegê-las sem sequer ouvir suas opiniões”.

Após o desfile ser noticiado em mídias locais e nacionais, comentários como “parece uma venda de gado em leilão” e outras comparações como “desfile de escravos” e “feiras pet” também puderam ser lidas em grupos de WhatsApp e comentários nas matérias jornalísticas. Ex-presidenciáveis também se envolveram no caso.

De acordo com o presidente da associação, os organizadores do evento foram submetidos a um “linchamento virtual injustificável”.

Estatísticas

O magistrado afirmou que estatísticas sobre adoção no Brasil mostram que milhares de crianças e adolescentes são abandonados ou negligenciados por suas famílias biológicas, mas que não se enquadram no perfil desejado pelos também milhares de pretendentes à adoção.

“Isso determina que continuem institucionalizadas, sem muita perspectiva de crescerem e se desenvolverem em um ambiente familiar sadio”, diz trecho da nota.

O desembargador ainda lembrou diversas ações bem-sucedidas promovidas por Tribunais de Justiça e finalizou: “muito ajuda quem não atrapalha”.

O amor é cego?

Neste final de semana, o LIVRE publicou uma reportagem especial a respeito do tema “adoção”, na qual expõe a realidade do processo de adoção no Brasil e as fragilidades do sistema.

Confira a matéria, assinada pela jornalista Laura Nabuco, clicando aqui.

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