Entre expoentes mundiais da arte contemporânea, curadores, colecionadores e celebridades como Madonna, cliente assídua da feira, a obra “O Ancião”, da mato-grossense Nadja Lammel, esteve exposta na maior feira de arte e design do mundo. Sediada em Miami, a Semana de Art Basel teve quatro dias de efervescência cultural, entre 4 a 9 de dezembro.
A pintura foi exposta no pavilhão TFA (The fearless artist, ou “Artistas Destemidos” em português) sob curadoria da Kiki Somerville, parceira de Erez e grande conhecedora do mercado das artes em Nova York. Pelo 5º ano seguido, Kiki leva para Miami seu pavilhão, que propõe uma experiência imersiva no mundo das artes. O local teve uma média de mil a duas mil visitas por dia.
Nadja explica que a obra “O Ancião” foi selecionada para a Semana Art Basel Miami Beach por sua mensagem e representatividade. “É a pintura de um índio híbrido, modelo ao qual cheguei após intensa pesquisa de faces entre etnias presentes no continente americano”. De acordo com a artista, “o índio possui uma mistura de traços de várias nações ameríndias”. A paixão pela temática indígena é tamanha que a pintora, que também se expressa através do grafite, tem tatuagens da etnia Kurâ Bakairi pelo corpo.
A pintura esteve exposta, em Cuiabá, no Sesc Casa do Artesão e pertence à coleção da exposição ‘Território’, conta o produtor executivo Guilherme H. Chaves, que também é responsável por exposições de sucesso na capital mato-grossense. “A obra foi inscrita em uma pré-seleção internacional pelo curador Erez Safar, da produtora Bancs Media, de Los Angeles”, diz Chaves.
Safar é também proprietário da Gallery38, uma das principais galerias de artes dos EUA, e é considerado um nome forte no mercado das artes e produção de vídeos. Após a análise da curadoria, continua Guilherme Chaves, “houve interesse do curador em inserir a obra na semana de arte mais badalada do mundo”, brinca o produtor, entre sorrisos.
Participar de um dos maiores eventos de arte de todo o planeta é um orgulho não só para a artista como para todo o estado. “Representar os artistas do meu estado é uma honra, levar o nome de Mato Grosso para a maior feira de artes do mundo é uma felicidade”, diz Nadja Lammel.
A pintora, que já está na sua 10ª exposição, explica que essa é especial justamente por saber que conseguiu levar um pouco da arte de MT para outras partes do mundo. “O quadro em si é um mapa de Mato Grosso, com as cores do guaraná, semente da Amazônia, cultivava por indígenas na região onde nasci, Alta Floresta, cidade localizada no interior de Mato Grosso, conhecida como a entrada da Amazônia”.
O quadro, uma mistura de muitas técnicas, tem como principal guia o graffiti. “Gosto do spray, da acrílica, do mosaico-espelho sobre tela, e todos os meus trabalhos são únicos, mesmo que eu tente fazer exatamente igual poderá sair diferente, pintar depende do humor, inspiração e uma série de outros fatores”.
(Com assessoria)