Semanalmente, o Tribunal de Justiça tem trazido à tona, processos que impactaram a sociedade. Um deles, é a chacina de uma família, que chocou a população de Aquidauana (distante 846 km ao sul de Cuiabá) em 1974, quando o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul eram um só.
A mulher e os três filhos de Poxó, recém-chegados à cidade, foram assassinados a pauladas. Duas crianças tinham 8 e 6 anos, mas o caçula, apenas seis meses de vida, quando foi vítima da crueldade dos comparsas.
De acordo com o processo redescoberto por equipe do TJ-MT, Poxó teria despertado a ira de outro morador, identificado como Paraguai. Este, teria combinado o assassinato com um amigo e outro menor de idade. O motivo? Uma crendice. Poxó teria feito macumba para Paraguai e o feitiço teria pego em sua filha mais nova, que vivia doente.
O grupo então, fez uma tocaia e atirou na vítima, que, ferida, tentou correr, mas foi atingida por duas facadas. Na sequência, enterraram Poxó em um buraco e partiram para a choupana onde a vítima morava com a família, para assassinar a mulher e os três filhos dele, temendo que fossem descobertos.
Depois disso, enterraram os corpos a a cerca de 200 metros da casa. O próximo passo foi espalhar o boato de que a família teria se mudado novamente, contudo, os vizinhos estranharam os animais domésticos terem ficado, bem como objetos pessoais terem sido abandonados.
Mas a cova rasa denunciou o crime cruel. O cachorro de um compadre de Paraguai achou o braço de uma pessoa pra fora da terra. O compadre perguntou se Paraguai sabia de algo e então foi ameaçado de morte.
Passados alguns dias o rapaz ameaçado se disse atormentado pelo espírito da vítima e contou o que sabia a outras pessoas e em pouco tempo, a polícia iniciou as investigações e com fartas provas prendeu os três acusados. De acordo com o TJ, o mandado de prisão foi expedido pelo então juiz da comarca Licínio Carpinelli Stefani.
Durante a preparação para o Tribunal do Júri Paraguai disse que o pescador teria uma dívida com ele e que não pagava, também tentou justificar insanidade mental, mas a Justiça não aceitou. Os maiores de idade foram condenados a 30 anos de prisão, em regime fechado.
(Com Assessoria TJ-MT)