“A novidade, em si mesma, nada significa, se não houver nela uma relação com o que a precedeu. Nem, propriamente, há novidade sem que haja essa relação.” Fernando Pessoa

Bom, acredito ter ganhado a atenção de vocês com esse título, não é mesmo? Então agora posso me apresentar rapidamente para os novos leitores aqui do O Livre. Meu nome é Bene Barbosa, o mais novo colunista deste jornal, motivo de grande alegria e orgulho para mim. Há mais de vinte anos, pesquiso, estudo e publico questões relacionadas com segurança pública, mas não só isso…

Durante todo esse tempo, constatei que muitas vezes é impossível dissociar segurança pública de outros temas que, em um primeiro momento, não parecem ser correlatos. Só não parecem, pois não há área que englobe mais questões que a segurança, no nosso caso, a insegurança pública. Dentre todos os assuntos, o da liberdade individual e, óbvio, sua subsequente responsabilidade individual, é um dos mais importantes. A questão das armas se encaixa precisamente aqui!

De todos os males da insegurança, do caos, das milhares de mortes anuais, dos assaltos frequentes, dos arrastões e do medo em geral que tudo isso nos causa, o pior de todos os efeitos deletérios é abrir em nossa, digamos, defesas morais a aceitação da restrição à liberdade em troca de uma vã promessa de segurança. E assim, ano após ano – em especial na década de 90 e no início dos anos 2.000 – muitas pessoas embarcaram na falsa promessa trazida pelo chamado estatuto do desarmamento.

Com essa aceitação de primeiro momento, como veremos mais a frente, muitas pessoas não só aceitaram abrir mão da possibilidade de ter uma arma de fogo para sua defesa, como outras tantas – milhares aliás – entregaram ao governo suas armas na esperança de mais segurança. O que poucas pessoas entenderam é que não estavam abrindo mão de um bem pessoal, estavam dando o recado aos políticos, ao Estado, que a defesa de suas vidas, da sua integridade física, de seus bens e de toda suas propriedades estava, agora, nas mãos dos políticos.

O resultado dessa “confiança” é bastante claro: 62 mil homicídios anuais, arrastões, invasões de pequenas e grandes propriedades rurais, sequestros e bandidos cada vez mais e melhores armados. Passou da hora de mudarmos essa realidade e invertemos a segurança que o criminoso tem hoje de que ninguém está armado, preparado e disposto a reagir. Imaginar que um dia a segurança pública será capaz de proteger cada um de nós individualmente, 24 horas por dia, em todos os lugares, é conto de fadas, é utopia, é fantasia.

É óbvio que o título deste artigo inaugural foi uma provocação, embora não seja raro, muito pelo contrário, a acusação de que lutamos para que todos tenham armas ou que queremos “fazer justiça com as próprias mãos”. Falsa! O que buscamos é o respeito à liberdade de escolha, respeito ao direito natural de autodefesa, e isso não se confunde, nem minimamente, com as acusações frequentes. Não desejamos fazer justiça, desejamos sobreviver e garantir a segurança daquilo que nos é mais valioso. No final das contas lutamos, como escreveu G. K. Chesterton, pelo que amamos e não contra o que odiamos. Eis aqui minha nova trincheira!

 

Bene Barbosa é especialista em segurança, escritor, presidente do Movimento Viva Brasil, palestrante e autor do best-seller Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento.

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