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Arcanjo já está em Cuiabá e reza pela saúde do governador Pedro Taques

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Arcanjo já está em Cuiabá e reza pela saúde do governador Pedro Taques

Assessoria – TJ/MT

Arcanjo

Preso em 2013, no Uruguai, Arcanjo está na expectativa de progredir para o semi-aberto

O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, 65 anos, já está em Cuiabá desde às 23 horas de ontem (14). Ele foi transferido da Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró, interior do Rio Grande do Norte, para a Penitenciária Central do Estado (PCE), no bairro Pascoal Ramos, em uma operação sigilosa.

Arcanjo “está feliz, e deseja vida longa ao governador Pedro Taques (PSDB)”, um dos principais responsáveis por sua prisão, há 14 anos. Quem afirma é o advogado Paulo Fabrinny, responsável por parte da defesa do ex-policial civil, que já foi considerado chefe do crime organizado em Mato Grosso.

“Quanto ao Taques, pode ter certeza que o meu cliente estará rezando pela saúde dele todos os dias. Ele sabe que, se algo acontecer com o governador, vai cair tudo em em cima dele”, argumentou o advogado de Arcanjo

“No período em que esteve ausente, Arcanjo não pôde ver muitos familiares e também não conheceu os netos que nasceram nesse período. Estando por aqui, essa aproximação será possível”, afirmou. “E, quanto ao Taques, pode ter certeza que o meu cliente estará rezando pela saúde dele todos os dias. Ele sabe que, se algo acontecer com o governador, vai cair tudo em em cima dele”, argumentou Fabrinny.

Após o assassinato do empresário Sávio Brandão em 2002 – em que Arcanjo foi condenado em 2013 como mandante -, a prisão do ex-bicheiro foi determinada pelo então juiz federal Julier Sebastião, com base na denúncia apresentada pelo, à época, procurador da República, Pedro Taques.

Segundo o advogado, a cela de Arcanjo foi devidamente preparada no raio 5 da PCE. O local fica em um espaço isolado e, geralmente, é para onde são encaminhados os reeducandos de maior periculosidade.

“Quando ele foi para Mossoró, fui ficar sabendo da situação dois dias depois da transferência. Casos do tipo são bem sigilosos”, pontuou.

Fabrinny comunicou que o próximo passo será solicitar à Justiça a progressão de regime de Arcanjo para o semi-aberto.

“Desde 2015 ele tem esse direito, já está há 14 anos no regime fechado e possui bom comportamento, conforme já atestado em exame criminológico. O Ministério Público Federal, no entanto, se manifestou contrário, alegando que o regime semi-aberto seria incompatível com a reclusão em presídios federais. Com o retorno dos autos também para a jurisdição estadual, e se derem ao Arcanjo o mesmo tratamento que os outros presos, não vejo razões para não ele não conseguir o benefício”, ratificou.

Questionado se o histórico nada favorável de Arcanjo não pesaria na avaliação das autoridades quanto ao pedido, e do suposto perigo que o ex-bicheiro representaria à sociedade, o advogado minimizou.

“Só se ele fosse um louco ou idiota para jogar fora uma pena de 14 anos cumprida. E isso tenho certeza que o Arcanjo não é. Se ele cometer qualquer crime, volta para a cadeia. O que ele quer é tocar os negócios e ficar perto da família”, afirmou.

Recentemente, Arcanjo conseguiu, em decisão obtida junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reaver um patrimônio de até R$ 800 milhões que estava sequestrado pela Justiça em favor da União. Shopping Center em Rondonópolis, hotel em Orlando, na Flórida (EUA), imóveis, fazendas e jatinho são alguns de seus bens.

Transferência

Condenado a mais de 82 anos de reclusão por crimes de homicídio, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas, entre outros, Arcanjo teve a transferência para Cuiabá decidida pelo juiz federal Orlan Donato Rocha, no dia 15 do mês passado. Na sentença, ele deu um prazo de 30 dias para a remoção.

A custódia de Arcanjo durante a transferência, realizada Departamento Penitenciário Nacional (Depen), foi feita por policiais federais. O Depen não deu detalhes sobre o procedimento, por razões de segurança, informou a assessoria.

A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), órgão que cuida do sistema prisional estadual, também não deu informações sobre o esquema de segurança montado.

O ex-bicheiro encontra-se preso desde 2003 e, em 2007, chegou a ser transferido da PCE por comandar as atividades criminosas de dentro da prisão. Antes da reclusão na Penitenciária Federal de Mossoró, Arcanjo passou pela Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).

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