Aposentadoria. Uma palavra que por muito tempo esteve associada a descanso e ócio, hoje ganhou novos sinônimos. O aumento da expectativa de vida das pessoas e os ciclos de altos e baixos da economia mostram que cada vez mais as pessoas precisam se planejar para desenvolver atividades após deixarem suas carreiras.
Segundo a coaching para aposentadoria Neide Arantes, muitas vezes a reinvenção ou transição de carreiras acontece antes do previsto, tendo em vista as mudanças na economia.
Mudanças nas relações de trabalho e ainda a inserção de novas tecnologias podem ser outros gatilhos para o que ela chama de “despertar”.
Arantes acaba de lançar o livro “Coaching para aposentadoria – 100 perguntas para pensar sobre a transição de vida”. A publicação é uma espécie de jogo de cartas em que, ao invés de naipes e números, estão reflexões.
Entre elas, quais são as aptidões e desejos que ficaram guardados devido às necessidades de sobrevivência, a pressão da família e até mesmo as circunstâncias da vida.
A autora explica que as pessoas precisam ter um plano e, por vezes, criam barreiras para não discutir sobre isso, porque acham que a transição é algo longe de acontecer ou temem se sentir obsoletos.
“No entanto, isto é natural e irá garantir mais vida e saúde física, psicológica e também familiar”.
Planejar é preciso
Uma empresa em novo segmento, uma nova faculdade, ou até mesmo o trabalho voluntário. Qualquer que seja a atividade, precisa de planejamento.
E antes de começar é importante saber se você precisa ter uma remuneração com a nova carreira ou não – e de quanto é a sua pretensão.
Arantes lembra que, com a aposentaria, a renda familiar reduz – e se manter no mercado pode ser uma forma de manter o padrão de vida.
Em seguida, é preciso buscar ajuda para construir um planejamento. Com objetivos, metas e cronogramas.
Por mais difícil que pareça, a autora fala que é o único jeito de se ter uma vida plena.
“O primeiro passo é se autoconhecer, depois ser honesto consigo mesmo e tomar atitudes com ponderação”.
Impactos da aposentadoria sem planos
Os primeiros meses são libertadores, mas logo o fato de o despertador não o chamar para os compromissos matinais, não ter um trabalho a ser executado e nem uma rotina começam a pesar.
Depois, a pessoa que se afasta da carreira começa a sentir o ostracismo de não ter mais as rodas de amigos, as festas e eventos que antes vinham das relações profissionais.
“A saúde emocional fica abalada, tanto da pessoa como da família, que não está habituada a ter convivência diária com o então aposentado”.
Quanto mais cedo se pensa no processo de transição, melhor. Arantes acredita que a partir dos 30 anos as pessoas já devem começar a idealizar como será sua “aposentadoria”, construir um plano e iniciar a execução.