Mato Grosso

Após um mês de decreto, MT tem aumento de 145% nos casos de covid-19

Governo de MT até tentou medidas mais rígidas, mas foi derrotado na Assembleia Legislativa ao propor antecipação de feriados

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Após um mês de decreto, MT tem aumento de 145% nos casos de covid-19
Foto: Ednilson Aguiar/O Livre

Na próxima sexta-feira (2), o decreto do governador Mauro Mendes (DEM) que instituiu novas medidas para tentar conter a covid-19 completa um mês. O documento inclui a restrição no horário de funcionamento do comércio e toque de recolher. Mas quase um mês depois dessas regras entrarem em vigor, o Estado registrou um aumento de 145% no número de novos casos.

Para tentar conter o avanço do vírus, o governo determinou que o comércio fechasse as portas às 19h, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, o fechamento ocorre ao meio-dia. Nos domingos, nenhuma atividade é permitida.

As exceções são apenas farmácias, serviços de saúde, funerárias, postos de combustível, imprensa, hospedagem, serviços de guincho, segurança e vigilância privada, indústrias, transporte de alimentos e grãos, e serviços de manutenção de atividades essenciais, como água, energia, telefone e coleta de lixo.

Mendes também proibiu a circulação de moradores entre 21h e 5h e previu multa para quem descumprisse as regras.

“Estamos no limite da nossa capacidade de abrir UTIs, porque estão faltando médicos e os demais profissionais que são necessários. Temos que tomar medidas mas restritivas para evitar a circulação das pessoas”, afirmou o governador na época.

Foto: Ednilson Aguiar/O Livre

Decreto em vigor

As medidas passaram a valer no dia 2 de março, uma terça-feira. Neste dia, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), 1.255 novos casos foram confirmados em Mato Grosso. As taxas de ocupação de leitos variavam entre 88% (caso das UTIs adulto) e 59% (enfermaria adulto).

Uma semana depois, no dia 9 de março, o Estado registrou 1.603 novos casos da covid-19. Um aumento de 27% nos primeiros sete dias. No mesmo período, as taxas de ocupação de leitos também subiram e atingiram os percentuais de 96,47% e 59%.

A validade do decreto expiraria em 16 de março, dia em que 2.275 novos pacientes confirmaram a doença e os índices de ocupação dos leitos também subiram: 96,90% para UTIs adulto e 66% para enfermarias adulto.

Com o avanço da doença, o governo decidiu prorrogar as medidas, que agora valem até 4 de abril.

Mais uma vez, aparentemente, não deu certo. Já na terça-feira (30), quase um mês de vigência das regras, o número de casos novos mais que dobrou e Mato Grosso registrou 3.075 novos pacientes.

Em relação aos outros dias analisados, esse foi o único com queda na taxa de ocupação de leitos que ficou em 97,47% para UTIs adulto e em 61% para enfermarias.

Foto: Ednilson Aguiar/O Livre

Antecipação de feriados

Sem um efeito prático das medidas em vigor, o governador, então, encaminhou à Assembleia Legislativa (ALMT) um projeto que anteciparia feriados. A proposta valeria entre os dias 26 de março e 4 de abril, contando 10 dias corridos; uma espécie de  lockdown “disfarçado” de feriadão.

A ideia foi apresentada no dia 22 de março, quando o Estado teve 3.130 novos casos de covid-19 e a taxa de ocupação das UTIs bateu a marca dos 98%.

Durante o feriadão antecipado, as medidas já previstas no decreto de 1º de março continuariam em vigor. Mas, para restringir ainda mais a circulação de pessoas as atividades econômicas parariam e o governo intensificaria a presença das forças policiais nas ruas.

Como justificativa para o projeto, Mendes citou a baixa adesão ao isolamento social em Mato Grosso; o pior do Brasil. Segundo o Mapa Brasileiro da covid-19, hoje só 29% dos mato-grossenses têm aderido a esse estilo de prevenção.

O índice variou em função da medidas decretadas e aprovadas: 41,3% (01/03); 30,9% (09/03); 32% (16/03) e 58,9% (22/03).

Foto: Ednilson Aguiar/O Livre

O projeto do governo, porém, não vingou e sequer chegou a ser analisado em plenário pelos deputados: a proposta foi rejeitada e arquivada ainda na análise das comissões.

Diante da derrota, o governador apelou para a consciência individual. “Com ou sem feriados, quero pedir a colaboração de todos para que nos esforcemos para praticar e reforçar o distanciamento social. O momento exige isso para salvarmos a sua vida, a vida da sua família e das pessoas que você ama”.

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