A quadrilha que aterrorizou a cidade de Campo Verde (130 km de Cuiabá) no último domingo (05) durante um roubo à Caixa Econômica Federal da cidade teria se preocupado, a todo momento, com as vítimas. Segundo o chefe de investigação da Polícia Civil de Campo Verde, Rodrigo Amorim, os bandidos agiram com bastante cuidado com os reféns.
“Em nenhum momento os suspeitos queriam machucar as vítimas. Eles também se preocuparam em não pegar carros que não tivessem seguro, para não prejudicar as vítimas”, contou Amorim.
Os ladrões ainda fizeram questão de diferenciar as vítimas e eles mesmos, para não haver risco de que elas fossem alvejadas. Segundo o investigador, os bandidos pediram que todas as pessoas que estavam passando na rua e foram usadas como reféns tirassem a camisa, para não correrem riscos.
“Pediram para tirar a camisa para caracterizar mesmo que eram vítimas, para a polícia ver de longe que não era ladrão e diferenciar”, afirmou o investigador.
Depois eles colocaram todas as pessoas juntas na frente do banco e, no momento da fuga, utilizaram os reféns como um escudo humano nos três carros utilizados – um UP e dois Ônix.
“Na fuga, colocaram um no capô e um no banco do carona. Então, quer dizer, se tivesse troca de tiros, ia pegar a vítima. O procedimento da Polícia Civil e Militar é não se aproximar de pronto quando há vítimas, porque a segurança delas é primordial. Depois, eles liberaram os reféns na saída para a cidade de Primavera do Leste e se evadiram”, contou o policial.
Rodrigo Amorim avaliou que as ações dos suspeitos indicam que a quadrilha era experiente. “A todo tempo dando tiro para o alto e colocando terror psicológico”, lembrou o chefe de investigações.
Segundo Amorim, as vítimas não conseguiram reconhecer os suspeitos, visto que todos estavam encapuzados.
O caso
O roubo à agência da Caixa Econômica Federal de Campo Verde aconteceu na madrugada do domingo (05). Ladrões invadiram o banco, destruíram o local, fizeram várias pessoas de reféns e, durante a fuga, atiraram nas câmeras de segurança instaladas nas ruas por onde eles iam passando.
Eles chegaram encapuzados, renderam cinco pessoas que estavam na agência, todas com idade entre 20 e 25 anos, explodiram alguns caixas-eletrônicos e fugiram, levando as vítimas como reféns.
Três carros foram utilizados na fuga: um Ônix preto com placa de Cuiabá, um VW UP branco com placa de Campo Verde e um Ônix também de cor branca com placa de Várzea Grande, este último foi encontrado em chamas uma estrada vicinal que liga a BR-070 à cidade de Dom Aquino.
A ação para prender os suspeitos contou com várias equipes policiais, que cercaram saídas e estradas vicinais da região. Seis pessoas suspeitas de participar do crime foram presas.
