Após aparar as arestas com parlamentares do MDB e garantir a permanência do partido na base de sustentação do governo, Mauro Mendes (DEM) ironizou, nesta terça-feira (19), possíveis votações contrárias a matérias de autoria do Poder Executivo. “Eu já disse a todos os deputados que, se em algum momento, for algum projeto para a Assembleia Legislativa que não seja bom para Mato Grosso, eles estão autorizados a votar contra”.
O governador, por sua vez, reconheceu a importância de ter a legenda, que conta hoje com quatro deputados estaduais, como aliada no Parlamento Estadual. “Para que você possa administrar com tranquilidade no Executivo, você precisa ter uma base parlamentar que garanta o apoio aos principais projetos”, ressaltou.
Mauro disse ainda que tem mantido o diálogo político com todos os partidos. “Dentro da função que eu exerço, o diálogo político é essencial. Temos que dialogar, ouvir criticas, sugestões e os partidos têm pessoas que foram eleitas democraticamente para representar a sociedade”.
Na última semana, o governador se reuniu com os emedebistas pela primeira vez após a eleição e convidou Romoaldo Junior (MDB) para ser vice-líder do governo no Legislativo. No encontro, deputados estaduais que vinham demonstrando insatisfação com a falta de diálogo do Executivo, decidiram permanecer na base, mas pediram liberdade para apoiar os servidores e não garantiram a aprovação de todas as matérias do governo.
Na sessão noturna dessa terça-feira, inclusive, Janaína Riva, que é líder da bancada do MDB, deixou claro que não irá mudar seu posicionando, em virtude da decisão tomada na reunião com o governador. Na tribuna, a parlamentar disparou duras críticas ao decreto do Executivo que suspende convênios com os municípios que não tiveram repasse financeiro, ressaltando que apresentou uma proposta de decreto legislativo para sustar seus efeitos.
“Esses projetos dos convênios que serão cancelados custaram dinheiro. Fizeram os prefeitos e vereadores saírem dos seus municípios e virem para a capital várias vezes atrás desses convênios. Isso tem criado um transtorno gigante. Já está tramitando aqui na Assembleia o meu decreto para sustar os efeitos do decreto do governo, mas se houver um entendimento com o governo para conduzir isso de forma diferente, ou se ele mesmo revogar será muito melhor”, ponderou.
Janaína também questionou a decisão do Executivo de vetar 50% das emendas impositivas. “Acredito que os parlamentes unidos podem chegar a um consenso com o governo sobre o pagamento tanto dessas emendas, quanto com relação aos convênios com os municípios”.
