Alberto Ruy / MTPA
O presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, disse que o governo federal deu sinalização favorável à passagem dos trilhos da Ferronorte por Cuiabá (MT). Nesta quarta-feira (10), o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, recebeu o governador Pedro Taques e parlamentares para tratar do tema.
“Concluímos o trabalho de articulação política, pois, sem vontade política, não temos alcance. E ficou claro que todos os atores, governo federal, estadual e concessionária são favoráveis à passagem da ferrovia pela Capital”, disse Vuolo, que também participou da reunião.
A segunda etapa, segundo ele, é montar a engenharia necessária para a materialização da obra, como as linhas de financiamentos disponíveis para que a empresa detentora do trecho – Rumo ALL – possa capitar recursos ou ainda a assinatura de um termo aditivo prorrogando a concessão por 30 anos do trecho da Malha Paulista sob concessão da empresa.
Investimento
Vuolo explica que a prorrogação é possível pois a Medida Provisória 752, assinada pelo presidente Michel Temer (PMDB), permite que o valor proveniente da taxa de outorga seja aplicado em malhas ferroviárias de outros estados. “Dessa forma, a empresa aplicaria os recursos oriundos da Malha Paulista para a expansão dos trilhos em Mato Grosso”.
O valor inicial para o trecho de pouco mais de 266 km entre Cuiabá e Rondonópolis está orçado em R$ 1,3 bilhão. A expectativa é que, no segundo semestre deste ano, seja definido o cronograma orçamentário, bem como prazos para a assinatura do termo aditivo e entrega da obra. “O projeto de viabilidade já foi feito”, destaca.
Segundo Quintella, a MP marca um novo momento, um ciclo de inovação e investimentos em ferrovias. Ao presidente do Fórum, o ministro afirma que levará a demanda ao plenário e até Temer. “Ganhamos mais um aliado neste processo”, comemorou.
Benefícios
Além de ser utilizada para o transporte de grãos com capacidade para 18 milhões de toneladas/ano a ferrovia trará avanços importantes para os 13 municípios do Vale do Rio Cuiabá, explica Vuolo. Ele cita como exemplo o volume de cargas de retorno. “As 3 ou 4 toneladas que a Votorantim utiliza de Carbono Orgânico para fazer o cimento poderá ser trazida pelos vagões e não mais por transporte rodoviário”.
A chegada dos trilhos também será um estímulo a instalação de indústrias, afirma, pois diminui o gargalo logístico de Mato Grosso. “Isso vai gerar empregos e trará desenvolvimento socioeconômico que o Estado tanto precisa”.