Tahlequah, a mãe orca que comoveu o mundo nas últimas semanas, não está mais carregando seu filhote morto. Em entrevista ao site Seattle Times, o diretor fundador do Center for Whale Research (Centro de Pesquisas em Baleias), nos EUA, disse que “a provação dela ao carregar um filho morto por pelo menos 17 dias, e 1.500 km, agora acabou, graças a Deus”.
Também identificada como J35, Tahlequah faz parte da população de baleias assassinas residente ao sul do continente norte-americano, criticamente ameaçada de extinção. Balcomb disse que ela provavelmente perdeu outros dois filhotes desde que deu à luz em 2010.
Não é incomum para orcas, golfinhos e outros mamíferos, incluindo gorilas, carregarem seus filhotes falecidos – o que é entendido por cientistas como uma expressão de pesar – mas o luto de Tahlequah foi longo em sua duração.
A perda do filhote mais recente, uma fêmea, “pode ter sido emocionalmente difícil para ela”, disse o cientista, acrescentando, após dias de preocupação com sua alimentação, que “ela está viva e bem, e pelo menos essa parte de seu luto chegou ao fim. Hoje foi o primeiro dia que eu a vi com clareza, e o filhote não estava mais com ela.”.
É possível que, em vez de Tahlequah decidir largar o bebê, ele simplesmente tenha desmoronado, já que quando foi avistado na última quinta-feira (09) estava começando a se deteriorar. A mãe orca havia se agarrado à panturrilha do bebê, mergulhando profundamente para recuperá-lo cada vez que deslizava de sua cabeça.
[featured_paragraph]Aos 20 anos, Tahlequah é um membro extraordinariamente valioso do clã residente no sul norte-americano, criticamente ameaçado de extinção e, se conseguir o suficiente para se alimentar, com anos de potencial reprodutivo à sua frente.[/featured_paragraph]
Segundo Balcomb, a razão pela qual ela perdeu o bebê e outras orcas também estão perdendo seus filhotes está na falta de salmão suficiente, principal fonte de alimentação das baleias assassinas. Mas outros problemas também estão causando o declínio dos clãs residentes da mesma região que o clã de Tahlequah.
Hoje, com apenas 75 membros restantes no clã residente no sul do continente norte-americano, a questão mais urgente é o que será feito para salvá-los da extinção, prosseguiu a reportagem do diário norte-americano.