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Aplicativo Urbano Norte chega em Sinop e incomoda taxistas; Prefeitura estuda taxação

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Aplicativo Urbano Norte chega em Sinop e incomoda taxistas; Prefeitura estuda taxação

Seguindo o conceito de aplicativos de transportes nacionais como o UBER e 99Pop, a região norte do estado de Mato Grosso ganhou o aplicativo de viagens rápidas Urbano Norte. A cidade escolhida para a estreia foi Sinop (500 Km de Cuiabá), com cerca de 150 mil habitantes. A novidade passou a funcionar no último dia 20 de outubro de 2018, mas não agradou aos taxistas da cidade.

Atualmente, o aplicativo conta com 60 motoristas cadastrados, que chegam a fazer até 30 corridas diárias. Umas das idealizadoras do projeto, Maria Isabela Aurélia de Souza, e representante do aplicativo na cidade, explicou como funciona.

“O Urbano Norte foi criado na cidade de Porto Velho, em Rondônia. Eles resolveram criar um aplicativo da região norte, que fosse bom para os motoristas, pois, em outros aplicativos, tinham que pagar muitas taxas e não era bom, acabava judiando um pouco do motorista. Então o Urbano é isso, um aplicativo criado com a intenção de diminuir as taxas para quem dirige. Ele teve bastante aceitação e se transformou em uma franquia”, contou Maria

Entre os diferenciais do aplicativo, segundo a representante, estão a agilidade no atendimento com o cliente, e os baixos valores das corridas. “Esses pontos fazem as pessoas gostarem muito do Urbano, isso faz dele diferente e já é sucesso na cidade mesmo com pouco tempo”.

Ela destaca ainda que o aplicativo veio para a “Capital do Nortão” para agregar, gerar empregos, uma fonte de renda alternativa para quem dirige. “Nós viemos pra cá para agilizar a locomoção da população, nós não viemos entrar em confronto com ninguém ou coisa parecida”.

Hoje o aplicativo está presente em cinco estados diferentes, e conta com mais de 100 mil downloads. A representante explicou ainda como o motorista pode se cadastrar para trabalhar com o Urbano.

“A princípio o motorista precisa ter um bom curriculum, além disso ele precisa ter uma MEI (Microempresa individual) aberta, não pode ter nenhum tipo de passagem pela polícia, e deve ter em sua CNH a observação de que Exerce Atividade Remunerada (EAR). Para se cadastrar basta ele entrar em contato com a Central, enviar toda documentação que é exigida, e o nada consta da polícia”, pontuou.

(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Taxistas x Aplicativos

Apesar do sucesso entre os usuários, um ponto polêmico sempre é a relação com os taxistas da cidade. “Até agora não tivemos nenhum problema com os taxistas, até porque não viemos para tirar o serviço deles, respeitamos demais a classe, nós viemos para agregar, trazer mais um diferencial para a cidade”, finalizou Maria.

Os motoristas de táxi não veem com tanta tranquilidade a chegada do aplicativo. De acordo com, Joel Justino Gonçalves, um representante da categoria, os motoristas tradicionais estariam insatisfeitos com o aplicativo, fizeram críticas à postura dos idealizadores.

“Nós da classe dos taxistas, não concordamos com a situação, estamos muito unidos, já nos reunimos várias vezes, e todas as nossas manifestações foram pacíficas. Temos taxista que está atuando há 20, 30 anos pagando impostos, e eu não acho adequada essa situação. Esses aplicativos estão sendo desleais, invadiram nosso espaço e estão tomando nossa clientela”, disse Joel.

O taxista contou que a classe já fez reivindicações à Prefeitura Municipal,e também teceram críticas ao Executivo municipal.

“Já fizemos reivindicações, a Prefeitura nos atendeu, porém, não nos ofereceu nada de tão vantajoso. Eles pensaram, simplesmente, na possibilidade de faturamento, acrescentar a cobrança de impostos para eles. Nossa classe está tentando resolver da melhor forma possível, inclusive daqui uns dias é para ser aprovada uma lei, e vão começar a cobrar deles os mesmos impostos que cobram de nós, acredito que na próxima sessão da Câmara será feita a votação para aprovação da lei”, explicou.

Gonçalves ainda ressaltou que os motoristas de táxi foram pegos de surpresa, já que o aplicativo teria chego na cidade de um dia para o outro, e só foram descobrir quando pessoas estavam entregando panfletos de divulgação pelas ruas. Além da preocupação com os impostos, Joel afirmou que os taxistas registraram queda no número de corridas depois da chegada do Urbano.

“Infelizmente estamos sofrendo com isso, depois da chegada do Urbano na cidade, tivemos queda de uns 40% no número de corridas, sem levar em conta que qualquer um pode ser motorista lá, às vezes o cara está com a carteira provisória e já trabalha lá, eles estão tirando o trabalho de pais de família,” finalizou.

Prefeitura rebate acusações

O secretário de governo, Pedro Serafini, disse ao LIVRE que a crítica causou estranheza. Segundo ele, no momento da reunião feita com a categoria, diversos outros taxistas aplaudiram e agradeceram a Prefeitura pelo projeto que deverá ser votado, em breve, na Câmara Municipal.

Conforme Serafini, a Prefeitura, em tempo recorde, “absorveu o pedido dos vereadores, elaborou um projeto, parte iniciativa própria, parte compilado de outros municípios, e rapidamente apresentou aos taxistas, que aceitaram todos os termos”.

Para o secretário, as críticas não passam de “conversa”. “Isso aí é conversa, a Prefeitura fez o que foi pedido, é lógico que em termos de arrecadação, os taxistas já pagam, mas, agora, o aplicativo vai pagar também. Tudo o que foi pedido está no projeto, todos os taxistas na reunião apoiaram o pedido. Agora, depois que a Prefeitura faz tudo, o cara vem dizer que a Prefeitura só pensa em arrecadação. Nós não pensamos em arrecadação, nós temos que cobrar a taxa, o imposto em cima do serviço prestado”, finalizou.

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