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Ao som de Racionais e Bowie, confira a última semana de Palco Giratório

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Ao som de Racionais e Bowie, confira a última semana de Palco Giratório

O maior festival de artes cênicas chega a sua última semana em Cuiabá, celebrando a diversidade de linguagens do teatro brasileiro. De terça a domingo (27), tem “peça-show”, “teatro-tributo” e espetáculo (des)coreografado, oriundos de diferentes regiões do país. A programação encerra com os monólogos bilíngues – e simultâneos – dos mato-grossenses do Theatro Fúria.

Uma obra a cada dia da semana, sempre às 20h, no Teatro ou Salão Social do Sesc Arsenal. As entradas são adquiridas por 2 litros de leite UTH, retirados no local com 1 hora de antecedência.

“Dança Anfíbia”

Abrindo a programação, nesta terça-feira (22), os alagoanos da Cia dos Pés chegam ao Salão Social do Sesc Arsenal, às 20 horas. Partindo da metáfora do escritor Gilberto Freire, “a gente alagoana, uma gente anfíbia”, o espetáculo Dança Anfíbia propõe um mergulho nas possibilidades evolutivas da criatividade, entendendo o processo de criação em dança como um processo adaptativo.

“Este processo implica em lançar-se nos riscos das descobertas, dos devires e das relações, admitindo as ambiguidades, ambivalências e contradições humanas como potencias de inventividade”, diz a sinopse. A peça tem classificação de 18 anos.

“Animo Festas” Foto: Gabriel Rachid

Na quarta-feira (23) também terá palhaçaria, mas não é para criança. Em Animo Festas, o paulistano Marcio Douglas, criador da La Cascata Cia. Cômica, encarna um anti-herói na sombria figura de Klaus, palhaço que narra suas memórias do submundo de festas infantis, ao som de rock, música francesa e trilhas dos anos 1980. A peça tem classificação de 18 anos.

Na quinta-feira (24), dia de ‘Bulixo’ na unidade, a atração é voltada para o público infanto-juvenil e fica por conta do baiano Neto Machado. Trata-se de Desastro, uma coreografia neon ao som de versões do hit Space Oddity, onde David Bowie conta sobre um tal de Major Tom, numa viagem rumo ao desconhecido.

“Desastro”

A peça mistura dança e teatro, sem compromisso com início, meio ou fim. É um concerto de rock’n roll, sem banda nem cantor. “É como se os personagens de Star Wars dançassem ao som de David Bowie num episódio dos Power Rangers”, revelam.

Neto Machado ainda encena outra peça cheia de misturas especialmente para os pequenos, nesta sexta-feira (25). Em Kodak ele subverte estereótipos do universo infantil e acessando memórias de seu personagem, mistura heróis e vilões, rosa e azul, em meio a cem caixas de arquivo coloridas que constroem um mundo de plástico onde nada é feito para durar.

“Kodak”

“Um espetáculo feito como peças de Lego que não segue as instruções da caixinha. Tem dança, tem teatro, tem cinema, tem herói, tem monstro, tem ninja, tem mangá, tem história em quadrinho, tem rosa, tem azul, tem movimento, tem ação, tem robô, tem gente, tem gigante, tem barulho, tem silêncio”.

Sábado (26) ainda tem “peça-show” com Coletivo Negro de São Paulo. Farinha com açúcar ou sobre a sustança de meninos e homens propõe contar, expor, celebrar, refletir e ‘dialetizar’ a experiência de ser homem negro na urbanidade periférica. O enredo passa pela violência policial cotidiana, a religiosidade afro-brasileira, até a relação matriarcal crucial nas comunidades pobres, onde mães assumem a tarefa de criação dos filhos.

“Farinha com Açucar” Foto: Pablo Bernardo

Acompanhado de um time de DJ’s e músicos, o ator e direto Jé Oliveira, constrói a dramaturgia como um compilado de relatos que se entrecruzam em, também, um tributo ao legado dos Racionais MC’s, buscando uma relação íntima com o público por meio da palavra falada e cantada. A peça tem classificação de 16 anos.

E o ciclo giratório se encerra com chave de ouro e quem gira são os conterrâneos do Theatro Fúria neste domingo (27). Péricles Anarkos aporta nos palcos ao lado da nova integrante e companheira Carolina Argenta com peça bilíngue O Pirata & Deus– nesta temporada expressa em português e italiano, ao mesmo tempo.

O Pirata & Deus

“Um capitão pirata navega cruel e impune graças à inocência de seu irmão gêmeo siamês. Mas com a chegada do Dr. Z, esta situação se camba: ele agora pode separar o inocente do culpado! Quem poderá safar o capitão pirata e mantê-lo na impunidade?”, diz a sinopse. A peça busca refletir sobre a natureza humana, apostando na dualidade entre o bem e o mal, com inspiração na Filosofia e no Direito.

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