Brasil

Ano letivo de 2021 começou presencial em 15% dos municípios

Pesquisa revela, no entanto, que muitas escolas ainda enfrentam dificuldades que vão da infraestrutura ao abandono dos alunos

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Ano letivo de 2021 começou presencial em 15% dos municípios
(Foto de Katerina Holmes no Pexels)

Em cerca de 15,1% dos municípios, já houve uma volta às aulas de forma híbrida, mesclando os sistemas presencial e o remoto de ensino. Os dados são de pesquisa da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) divulgada nesta quinta-feira (22).

O estudo foi realizado com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Itaú Social entre junho e julho de 2021, com 3.355 redes municipais que, juntas representam 60,2% do total de municípios do país e respondem por mais de 13 milhões de estudantes.

As redes municipais concentram a maior parte das matrículas das creches, pré-escolas e ensino fundamental públicos.

A pesquisa mostra ainda que 57% das redes concluíram os protocolos sanitários para a prevenção da covid-19. Quanto à imunização dos profissionais da educação, o processo já começou em 95,1% das redes municipais entrevistadas.

Desafios da pandemia

Segundo o estudo, a conectividade de estudantes e professores, bem como a infraestrutura das escolas continuam sendo consideradas as maiores dificuldades enfrentadas pelas redes durante a pandemia.

Quase todas as redes, quando se trata de ensino remoto, usam materiais impressos (98,2%) e passam orientações por WhatsApp (97,5%).

“Nós temos um vazio de acessibilidade muito grande no país”, diz o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, que ressalta que mesmo em centros urbanos, “há apagões de conectividade muito forte”.

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A infraestrutura das escolas é também empecilho para o retorno às aulas presenciais.

“A estrutura das escolas é que vai auxiliar a garantir um retorno seguro, que a gente sabe que é fundamental e que deve acontecer, mas precisa adaptar a estrutura escolar para esse novo cenário, com protocolos e medidas de segurança e adaptação do ambiente”, diz a coordenadora do Observatório do Marco Legal da Primeira Infância (Observa) Thaís Malheiros.

De acordo com dados disponibilizados pelo Observa, a partir do Censo Escolar 2020, apenas 41% das crianças matriculadas em creches e 41% das matriculadas em pré-escolas estão em estabelecimentos que possuem área externa.

“A área externa e com grande ventilação é fundamental para, por exemplo, o momento da alimentação [quando as crianças estão reunidas sem máscaras]”, diz Thaís.

Além disso, mais de 20% das crianças com até 5 anos estão matriculadas em escolas sem itens de saneamento básico, como água filtrada, esgotamento sanitário ou coleta de lixo.

Busca ativa

Com a pandemia, segundo estimativa divulgada pelo Unicef, o número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no Brasil saltou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020.

A pesquisa divulgada hoje mostra que essa é uma preocupação dos dirigentes. Cerca de 60% dos respondentes consideram a busca ativa de estudantes em abandono ou risco de abandono escolar uma das prioridades das redes municipais de educação.

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